Brasília – O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que pretende deixar a política daqui a dois anos, quando se encerra o mandato que o povo de Minas Gerais o concedeu. O anúncio foi feito na noite de segunda-feira (6), entre amigos, em jantar promovido pelo ex-governador de SP João Doria (ex-PSDB) em sua homenagem.
Segundo pessoas que estiveram no evento, o encontro contou com a presença de 60 convidados, reunindo empresários e políticos. Entre os presentes estiveram também os senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Weverton Rocha (PDT-MA), o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-governador Rodrigo Garcia, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab (PSD) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A intenção de Pacheco de deixar a política é vista com ceticismo. Aliados dizem que ele mira uma candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026.
Durante o evento, em um breve discurso, o presidente do Senado fez críticas ao atual momento de polarização política, que, segundo ele, prejudica o país. Disse que, por causa da divisão na sociedade, o Brasil está perdendo homens de bom senso, como o próprio Doria.
Pacheco também elogiou o ex-governador, dizendo que ele nunca será esquecido, por ter enfrentado a pandemia e garantido vacinas para a população.
O senador declarou ainda que se guia pelo bom senso, e não pela polarização. Exemplificou afirmando que é a favor do casamento gay, pauta vista como progressista, e da criminalização das drogas, como defendem os conservadores.
Em dezembro, o seu mandato na presidência do Senado termina, e acertos de bastidores, segundo pessoas a par das negociações, garantem que ele vai apoiar a candidatura de Alcolumbre, presidente da mais importante comissão temática da Casa Alta – a Comissão de Constituição e Justiça. O político amapaense não esconde de ninguém que está em franca campanha para voltar a presidir o Senado Federal.
Por Val-André Mutran – de Brasília