A Polícia Civil prendeu em Parauapebas, no início da manhã desta segunda-feira (20), Renato Ferreira da Costa, 42 anos, foragido da Justiça do Estado do Tocantins. Ele recebeu voz de prisão no Sine (Sistema Nacional de Emprego) local, onde trabalhava até então, com o nome falso de Rodrigo Pessoa Ferreira da Silva. Renato estava sendo investigado havia uma semana e hoje, durante a Operação “Seleção Imperfeita”, foi capturado no local de trabalho, onde fazia a pré-seleção de candidatos a emprego na mineradora Vale em e outras grandes empresas do município.
De acordo com o delegado Gabriel Henrique Costa, da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, contra o preso já havia Mandado de Prisão expedido pela Justiça em Paraíso do Tocantins (TO), onde Renato é acusado de furto qualificado, crime no qual é reincidente.
Ao ser preso, inicialmente ele se recusou a falar, mas, diante das evidências resultantes das investigações, confessou que o nome da identidade que usa é falso e disse que conseguiu o documento em Cumaru do Norte, no oeste do Pará. “O documento é autêntico, o nome dele é que é falso. E agora vamos investigar quem vendeu essa Identidade para ele”, disse o delegado.
Ainda conforme Gabriel Henrique, existe a suspeita de que Renato enviava às empresas pessoas que fazem parte do mundo do crime, como forma de favorecê-las. Não se sabe, entretanto, se recebia algum pagamento dessas pessoas para isso. Outro aspecto que também será investigado pela Polícia Civil.
O delegado afirmou que, diante dessas suspeitas, entrará em contato com o Sine, para saber que outra função Renato exercia naquela repartição; e com as empresas para as quais ele enviou candidatos a emprego, a fim de investigar a procedência dessas pessoas, para que os empregadores não corram riscos.
Ao desembarcar do veículo policial, na 20ª Seccional, o preso tentou se desvencilhar das mãos dos investigadores e correr, mas não conseguiu fugir.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Prefeitura de Parauapebas informa que o ex-servidor temporário Rodrigo Pessoa Ferreira da Silva, como ele se identificava, foi contratado há cerca de dois meses. Morava no município há oito anos e durante este período foi eleito pelos moradores como presidente da Associação de Moradores da Área Palafitas.
Também foi eleito membro dos Conselhos Municipais de Saúde e Habitação desde 2015, sendo inclusive representante do Conselho, em Brasília, como delegado da Conferência Nacional de Saúde. Participava também do setor de cultura e tinha um trabalho comunitário no município, não levantando suspeitas sobre seu caráter.
Todos os documentos e certidões negativas, inclusive as emitidas pelo poder judiciário, foram apresentados no momento de sua contração, situação em que mais uma vez não foi levantada nenhuma suspeita sobre a validade dos mesmos. A prisão do Rodrigo não tem nenhuma relação com o município de Parauapebas.
Sobre o trabalho no Sistema Nacional de Empregos (Sine), o referido ex-servidor não tinha acesso a nenhuma das senhas do sistema, sendo impossível a compra ou venda de vagas. O Sine é um intermediador de mão de obra, não sendo responsável por contrações diretas.
A gestão municipal está tomando todas as medidas cabíveis, acompanhando as determinações da justiça.
Por Eleuterio Gomes – de Marabá