A inflação registrada até a primeira metade deste mês no Pará foi a menor do Brasil, mas nem por isso ameniza seus efeitos no bolso dos paraenses. Dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo com referência ao período da metade de um mês a outro, o chamado IPCA-15, foi de 0,18% de maio a junho, na medição de preços que tem a Grande Belém como parâmetro. As informações são do Blog do Zé Dudu.
Na prévia de junho, a inflação nacional está em 0,69%, no entanto pode subir ou mesmo, improvavelmente, baixar, já que o mês está em curso e o índice oficial só deve ser conhecido no começo de julho. Na Bahia, o aumento no preço de produtos e serviços disparou 1,16%, o maior do Brasil, seguido de Pernambuco (0,84%) e São Paulo (0,79%).
No acumulado de 12 meses, o registro do Paraná (14,45%) é o maior, enquanto o Pará segue com a menor taxa (10,27%), ainda assim acima de dois dígitos, o que deve pressionar por uma espécie de efeito cascata nos reajustes salariais de 2023. Hoje, o salário mínimo é de R$ 1.212, mas, nas contas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor deveria ser de, ao menos, R$ 6.535.
No Pará, de acordo com o IBGE, a renda média da população é de R$ 1.526, considerando-se todas as fontes daqueles que eventualmente tenham algum tipo de rendimento. Só não é mais baixa que os valores médios registrados nos estados do Maranhão (R$ 1.270), Alagoas (R$ 1.396), Piauí (R$ 1.409) e Bahia (R$ 1.454).
Sobe e desce de preços
Em junho, o preço dos alimentos deu uma aliviada no Pará e deflacionou, ou seja, teve queda de preços no valor de 0,71%. Essa foi a razão para a inflação geral ter aumentado pouco, uma vez que 28,3% do orçamento das famílias paraenses vai literalmente “para a boca”. Mas essa queda de preços só foi vista mesmo nas tabelas de microdados do IBGE, já que na vida real os consumidores estão cada vez levando menos produtos por preços mais elevados.
Por outro lado, artigos de residência tiveram subida de 0,97% entre maio e junho. Os gastos com transportes também subiram, na ordem de 0,61%, e respondem por 19,3% do orçamento, ao passo que os custos com habitação dispararam 0,53% no período, sendo que esse ramo corresponde a 15,3% do orçamento.
O Blog do Zé Dudu investigou junto ao IBGE os dez produtos e serviços que ficaram mais caros e os dez que ficaram mais baratos aqui no Pará, e o resultado é o seguinte:
CAMPÕES DA CARESTIA
1º Passagem aérea — 24,78%
2º Taxa de água e esgoto — 11,42%
3º Alface — 7,74%
4º Cebola — 7,19%
5º Macarrão — 6,75%
6º Leite longa vida — 5,62%
7º Aluguel de veículo — 5,16%
8º Pão francês — 4,86%
9º Antidiabético — 4,45%
10º Autoescola — 4,18%
LÍDERES DE DEFLAÇÃO
10º Peixe (filhote) — -3,42%
9º Perfume — -3,56%
8º Feijão preto — -3,64%
7º Peixe (dourada) — -4,69%
6º Ovo de galinha — -4,9%
5º Melancia — -5,37%
4º Açúcar refinado — -6,43%
3º Açaí batido — -8,08%
2º Tomate — -14,56%
1º Cenoura — -28,41%