A carne de caranguejo, animal típico das regiões Norte e Nordeste, agora também vai ser comercializada em conserva. A novidade é fruto do trabalho de uma empresa do Pará, que recebe hoje a certificação da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap) e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará) para iniciar as atividades. O documento foi entregue na tarde desta terça-feira (14), na sede da Adepará, ao dono da empresa Círio, Marcos Avelar, com a presença do secretário da Sedap, Hildegardo Nunes, e do diretor técnico da Adepará, Ivaldo Santana, que representou o diretor geral da agência, Luciano Guedes.
A Círio, cuja sede é em Icoaraci, será a primeira indústria brasileira de carne de caranguejo em lata, bem semelhante ao atum e sardinha enlatados. O produto será comercializado pronto para ser consumido, podendo ainda servir de preparo para outros pratos típicos do Pará, como a sopa de caranguejo e a casquinha.
A produção será feita a partir de carne de caranguejo adquirida de estabelecimentos que comercializam o produto, também certificados pela Adepará. Após ser temperada, passará por um breve cozimento e será enlatada. Posteriormente, as latas, já lacradas, passarão por uma caldeira a vapor para autoclavar (esterelizar) e ficam em quarentena antes de serem expostas à venda.
Processamento – O Ministério Público do Pará havia proibido a comercialização da carne tirada do caranguejo, por falta de condições de higiene durante o manuseio para a extração. Somente com a fiscalização dos órgãos competentes e a estruturação das empresas, a carne de caranguejo voltou a ser comercializada. Inicialmente, duas empresas do município de Bragança, no nordeste paraense, tiveram autorização para a produção da carne congelada. Agora, a Círio é oficialmente a terceira registrada para a comercialização da carne, dessa vez em forma de conserva.
Por enquanto, como faz parte da Lei de Produtos Artesanais (7.565/ 2011), toda a produção da Círio está restrita ao mercado estadual, não podendo ser exportada. “Esse pioneirismo pode e deve chamar a atenção dos empresários interessados nesse meio e que buscam a regularização. Isso significa um produto de qualidade e a geração de empregos no Pará”, explicou Ivaldo Santana.
“É mais uma passo importante para a consolidação da lei de produtos artesanais, além de ser um produto nosso, que é o caranguejo, hábito alimentar de diversos municípios e consumido de diferentes formas. É um produto que agrega valor a nossa produção, de caráter inovador e uma alternativa segura para ser consumida. Ao lado do atum e da sardinha, vamos ter o caranguejo enlatado”, disse o secretário Hildergardo Nunes. (Texto: Camila Moreira e Tylon Maués)