Primeiro governante de Estado a entrar em área indígena, autorizado pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), o governador Helder Barbalho, esteve na terra indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense, no início da tarde desta terça-feira (19), para acompanhar o início da vacinação contra covid-19 nos povos tradicionais.
Três grupos indígenas, os Gavião Akrãtikatêjê (da Montanha), Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê, formam os habitantes desse território, que começaram a ser imunizados. Neste primeiro momento, 90 indígenas cadastrados na Funai (Fundação Nacional do Índio) receberam hoje as vacinas encaminhadas pelo governo do Estado.
Na oportunidade, Rónóre Gavião, de 105 anos, foi a primeira indígena vacinada no Pará contra a covid-19. Com sabedoria e cultura dos povos tradicionais, a idosa se preparou com a vestimenta da etnia Gaviões para receber a imunização, realizada pelas mãos de sua neta, Haká-Kwi Gavião, técnica de enfermagem da Sesai. “Agradeço pela vacina que trouxe esperança para nós”, disse a idosa na linguagem indígena. Em seguida, Haká também foi imunizada contra a doença.
Na madrugada desta terça-feira (19), além das 124.460 doses da vacina Coronavac, destinadas ao Pará pelo Ministério da Saúde, o Estado recebeu mais 48.680 doses voltadas somente aos indígenas do Estado. Ao todo, o Pará recebeu 173.240 doses para a imunização contra a Covid-19, neste primeiro momento, para grupos prioritários, entre eles, indígenas aldeados, como os da terra indígena Mãe Maria.
“Com a chegada da vacina, iniciamos a logística de distribuição em todo o Estado. Começamos por Belém onde foram vacinados os profissionais de saúde da linha de frente da covid-19, vacinamos a primeira indígena, e agora estamos iniciando a vacinação de 23 mil índios, e logo mais imunizaremos os idosos em casas de asilo. Depois de 21 dias, essas pessoas recebem a segunda dose do mesmo lote, garantindo assim a imunização de fato”, detalhou o secretário Rômulo Rodovalho.
Para Ubirajara Sompré, líder indígena e apoiador técnico dos povos indígenas do Governo do Estado, a chegada das vacinas nas aldeias representa esperança para os povos tradicionais, que não ficou imune a pandemia do novo coronavírus.
Gratidão
“A palavra certa é gratidão, primeiramente a Deus, a ciência, a resistência dos povos indígenas, e é claro, ao governador Helder Barbalho, que foi incansável desde o início da pandemia, principalmente com os povos indígenas. O governo atuou desde a abertura de leitos nos hospitais de campanha para os indígenas, em Marabá e Santarém, prestando apoio médico também, enfim, dando todo suporte necessário. Os indígenas aguardam ansiosos por esse momento da vacinação”, destacou o líder indígena, ressaltando que o governo do Estado também já disponibilizou a logística para levar as vacinas as aldeias mais afastadas do Estado.
A Terra Indígena Mãe Maria, homologada pelo governo federal em 20 de agosto de 1986, é uma área de 62.488 hectares localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense. Três grupos indígenas – os Gavião Akrãtikatêjê (da Montanha), Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê- formam o total de 500 habitantes desse território.
Realização de um sonho
Acompanhando a agenda ao lado do governador, o secretário regional do Sudeste do Pará, João Chamon Neto, ressaltou a importância da imunização contra a Covid-19 na região. “É a materialização de um sonho, o fim desse pesadelo de 10 meses, e na nossa região não é diferente. Estivemos acompanhando toda a luta do nosso governador para que esse momento chegasse, nós também fizemos parte dessa luta, e hoje, estamos aqui testemunhando a chegada do primeiro lote para região de Marabá, que vai receber nove mil doses”, disse.
Participaram da comitiva ainda a secretaria de Comunicação do Estado, Vera Oliveira, secretário adjunto da Sespa, Sipriano Ferraz, prefeito de Marabá, Tião Miranda, e vereadores de Marabá.
(Agência Pará)