A mineradora multinacional Vale divulgou, nesta terça-feira (31), o balanço da produção física em suas operações espalhadas pelo Brasil e o mundo, e o resultado consolidado nas minas de Carajás, situadas dentro dos domínios de Parauapebas, aponta para queda de 11% – em linha com constatações do Blog do Zé Dudu, que vinha chamando atenção para a baixa na atividade da mineradora no município, com base em dados mensais das exportações.
De acordo com a Vale, o conjunto das minas de Serra Norte e sua irmã menor Serra Leste, dentro de Parauapebas, rendeu 102,3 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado, 11,1% a menos que as 115,14 milhões de toneladas apuradas ao longo de 2021. Essa retração fez com que Parauapebas tivesse a menor produção de minério de ferro dos últimos 12 anos, já que a menor produção registrada até então havia sido em 2010, quando a Vale retirou de Parauapebas 101,2 milhões.
Do início da década passada em diante, a mineradora aumentou sua capacidade de produção nominal, até atingir o ápice da produção em 2016, com a extração de 143,6 milhões de toneladas, recorde jamais superado pela empresa. Naquele ano, a Vale se viu diante da crise de preços do minério de ferro, que chegou a um patamar historicamente baixo, e foi forçada a produzir mais a fim de compensar a perda financeira derivada da cotação internacional.
Em 2022, o cenário foi de queda de preços em relação ao pico registrado em 2021, mas não somente: houve queda generalizada na produção das minas de Carajás, com registro de recuo até mesmo na mina de Serra Sul, a S11D, em Canaã dos Carajás. Lá, a produção desabou de 69,26 milhões de toneladas para 73,7 milhões de um ano para outro, retração de 6%.
Impacto direto em Parauapebas
Produção em queda e preço baixo do minério são um péssimo prognóstico para o município de Parauapebas, que tem o minério de ferro como carro-chefe de sua economia e, principalmente, suas finanças. Em 2022, Parauapebas viu o recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) cair cerca de 40% em relação a 2021. A Cfem, também conhecida como royalty de mineração, é a principal fonte de receita para as contas da prefeitura local.Para este ano, a expectativa do mercado de commodities é de que a cotação do minério gire em torno de 120 toneladas, no cenário mais otimista, embora o preço do produto tenha sido valorizado cerca de 10% em janeiro. Porém, se a produção física se mantiver em queda ou no mesmo patamar que em 2022, o recolhimento de royalties da Prefeitura de Parauapebas seguirá em queda.
3 comentários em “Produção de minério da Vale em Parauapebas cai ao menor nível em 12 anos”
Se os governantes ñ procura trazer impresas pra cidade pra poder gerar imprego cm outras coisas um dia o minério acaba é a mamata também.
Isso aí foi o Bolsonaro que acabou com a Vale.
Cenário preocupante!!!!