O Produto Interno Bruto (PIB) mineral do Pará nos dois primeiros meses deste ano é surpreendente. O valor apurado para janeiro e fevereiro, de R$ 20,058 bilhões, é praticamente equivalente à produção do ano inteiro de 2015, quando o estado reportou R$ 24,023 bilhões, de acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). As informações foram levantadas com exclusividade nesta quarta-feira (3) pelo Blog do Zé Dudu, que fez um balanço da economia paraense no 1º bimestre deste ano a partir das guloseimas minerais, tão veneradas e apreciadas no exterior.
O Pará segue sendo o maior produtor de minérios do país, com distância pequena de Minas Gerais, que reportou R$ 19,349 bilhões nos primeiros dois meses de 2021. Goiás (R$ 1,273 bilhão), Bahia (R$ 1,193 bilhão) e Mato Grosso (R$ 1,005 bilhão) completam o pelotão de estados brasileiros que, até o momento, superam a casa do bilhão em extração mineral.
A mineradora multinacional Vale domina o mercado no Pará, com R$ 17,866 bilhões garimpados no bimestre, o correspondente a 89% de participação. De forma didática, de cada R$ 10 gerados no Pará pela mineração, R$ 9 têm dedo da todo-poderosa Vale. As demais empresas mineradoras posicionam-se muito abaixo.
MINERADORAS QUE MAIS FATURARAM NO PARÁ NO 1º BIMESTRE DE 2021
- 1º – Vale — R$ 17,866 bilhões
- 2º – Mineração Paragominas — R$ 503,32 milhões
- 3º – Mineração Rio do Norte — R$ 310,83 milhões
- 4º – D’Gold — R$ 205,6 milhões
- 5º – Alcoa — R$ 201,92 milhões
- 6º – Gana Gold — R$ 110,3 milhões
- 7º – Carol DTVM — R$ 101,9 milhões
- 8º – Imerys — R$ 97,21 milhões
- 9º – Confiança — R$ 90,15 milhões
- 10º – Parmetal — R$ 79,13 milhões
Entre as commodities do portfólio paraense, o minério de ferro domina o cenário, com 79% de representatividade. O Pará movimentou em dois meses R$ 15,916 bilhões em ferro, oito vezes mais que o segundo colocado, o minério de cobre, que participa com R$ 1,95 bilhão na cesta mineral do estado. O alumínio também tem presença expressiva, já que soma em dois meses R$ 1,016 bilhão, sendo seguido por ouro (R$ 869,39 milhões) e caulim (R$ 119,73 milhões).
Entre as 20 localidades de maior produção mineral do país, o Pará contribui com cinco nomes, inclusive o 1º e o 2º lugares que são, respectivamente, Parauapebas, que movimentou R$ 9,164 bilhões em minérios, e Canaã dos Carajás, que arregimentou R$ 7,467 bilhões. Marabá é a 3ª potência mineral paraense, com produção de R$ 1,266 bilhão no bimestre, e ocupa a 8ª colocação nacional. Os 4º e 5º colocados no Pará são Itaituba e Paragominas, respectivamente, que ocupam as posições 16 e 17 no ranking nacional. Itaituba registra produção no bimestre de R$ 661,99 milhões, enquanto Paragominas reporta R$ 503,46 milhões.
Todos esses municípios são líderes em seus respectivos nichos de commodities. Parauapebas e Canaã dos Carajás são campeões nacionais em minério de ferro. Marabá lidera a produção brasileira de cobre. Itaituba é 3º na produção de ouro. E Paragominas lidera, isoladamente, a produção de alumínio