Produção mineral do Pará em 2020 encerra “paquerando” R$ 100 bilhões

Sozinhos, Parauapebas e Canaã dos Carajás renderam mais dinheiro à Vale que produção de todas as mineradoras juntas que operam em Minas Gerais. Produção paraense disparou 45%.

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Pandemia de coronavírus, fechamento de mercados pelo mundo, decretos de lockdowns, paralisação de atividades de várias mineradoras, home office de empregados, enfim, tinha tudo para dar errado, mas 2020 foi “o” ano da produção mineral do Pará. No mais controverso período da história moderna, a atividade da indústria extrativa paraense cravou R$ 97,016 bilhões, 45% acima dos R$ 66,91 bilhões produzidos em 2019.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que rastreou a movimentação financeira consolidada no estado, a partir de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). Para se ter ideia do forte desempenho do Pará, basta confrontar seus números com os de Minas Gerais, que por séculos foi o maior produtor de recursos minerais do país. Naquele estado do Sudeste, no ano passado, a mineração rendeu “apenas” R$ 76,372 bilhões. Minas não só foi ultrapassado pelo Pará, como também ficou pequeno diante do agigantamento da produção em Canaã dos Carajás e Parauapebas.

No Pará, a produção da mineradora multinacional Vale sozinha, de R$ 86,87 bilhões, superou toda a produção, de todas as mineradoras juntas, de Minas Gerais. Aliás, apenas a produção processada pelos municípios de Parauapebas (R$ 43,906 bilhões) e Canaã dos Carajás (R$ 35,161 bilhões) somados — no total de R$ 79,067 bilhões — bateram o tradicional berço da mineração nacional.

É em Parauapebas, Canaã e, também, em Marabá onde a Vale faz fortuna. Enquanto em Minas Gerais a multinacional faturou apenas R$ 16,8 bilhões em 2020, nesses três municípios ela escavou cinco vezes mais em minérios de ferro, cobre e manganês. No ano passado, o Pará rendeu R$ 75,994 bilhões em ferro, R$ 10,573 bilhões em cobre e R$ 486,78 milhões em manganês. Os minérios de ferro e cobre apresentaram operações recordes.

Ranking das mineradoras

Sozinha, a mineradora Vale respondeu por 89,5% da produção mineral paraense, o que, por outro lado, revela a superconcentração da atividade extrativa em posse da multinacional. Em 2018, a Vale foi responsável, segundo cálculos próprios do Blog, por 22,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará. É que, naquele ano, a mineradora produziu R$ 36,313 bilhões de um total de R$ 161,35 bilhões consolidados em riquezas totais no estado.

Em 2020, porém, ao produzir 140% mais que dois anos atrás, a Vale joga, preliminarmente, o PIB paraense para um recorde de R$ 200 bilhões e se torna responsável por 43,5% dele, um crescimento de praticamente 100% no peso da economia estadual.

Mas a mineração paraense não se resume apenas à Vale, muito embora ela domine com folga o cenário. O ano de 2020 marcou o apogeu de várias outras empresas de mineração e o estado ganhou mais duas bilionárias: a FD Gold e a Alcoa. O Blog do Zé Dudu preparou um ranking com o faturamento das dez maiores extratoras de minérios do estado nos 366 dias do ano passado. Confira!

DO SUBSOLO AO TOPO DO RANKING: AS 10+ DA MINERAÇÃO PARAENSE EM 2020

1º) Vale: R$ 86.870.459.474,47

2º) Mineração Rio do Norte: R$ 1.861.180.871,51

3º) Mineração Paragominas: R$ 1.330.014.528,97

4º) FD Gold: R$ 1.314.891.512,68

5º) Alcoa: R$ 1.130.413.408,08

6º) Confiança Metais: R$ 712.573.280,93

7º) Carol DTVM: 578.158.495,53

8º) Ourominas: R$ 547.398.970,90

9º) Imerys: R$ 371.848.122,31

10º) Avanco Mineração: R$ 270.722.980,64