Produção pesqueira no Pará triplica em dez anos

Na liderança está Paragominas, seguido por Marabá e Conceição do Araguaia. Dados são da Fapespa, que aponta o tambaqui como a espécie mais produzida.

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O volume de pescado produzido no Pará aumentou de 5,1 mil toneladas, em 2013, para 16,3 mil toneladas em 2023, com uma taxa média de crescimento anual de 15,7%, superior à taxa média nacional. Esse desempenho levou a uma expansão significativa da participação do Pará na produção brasileira, que passou de 1,1% para 2,1% no período analisado.

Esse e outros dados sobre a atividade pesqueira constam no “Boletim da Agropecuária 2024”, lançado este ano pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que apresenta um panorama da conjuntura econômica da atividade pesqueira e aquícola do Pará, com objetivo de colaborar com o atual estágio de discussões a respeito do desenvolvimento desta atividade produtiva no Estado.

Na liderança da produção de pescado, o município de Paragominas, com 3,3 mil toneladas em 2023, respondendo por 20,2% da produção estadual. Em seguida aparecem Marabá (1,1 mil/T), Conceição do Araguaia (1,0 mil/T), Altamira (0,9 mil/T), Ipixuna do Pará (0,9 mil/T), Uruará (0,7 mil/T), Novo Repartimento (0,7 mil/T), Ulianópolis (0,5 mil/T), Xinguara (0,4 mil/T), São João do Araguaia (0,4 mil/T). O destaque do período de um ano foi Ipixuna do Pará, que registrou um impressionante crescimento de 100,7% na produção de pescado, contribuindo de forma significativa para o aumento médio estadual de 14,6% no setor.
 
Quanto ao tipo de produção, o destaque absoluto vai para o tambaqui, que lidera a produção no estado. Em 2023, a espécie foi responsável por 56,8% da produção aquícola do Pará, alcançando um volume de 9,3 mil toneladas e crescimento de 15,7% comparado a 2022, se tornando o principal impulsionador do desempenho estadual.

O tambacu ou tambatinga (peixe híbrido entre tambaqui e pacu-caranha) ocupa a segunda colocação de maior cultivo no Pará, com produção de 4,2 toneladas, um crescimento de 19,2% em um ano. Em seguida vem Tilápia (0,9 T), Matrinxã (0,5 T), pirapitinga (0,3 T), piau, piapara, piauçu, piava (0,2 T), pintado, cachara, cachapira e pintachara, surubim (0,2 T), jatuarana, piabanha e piracanjuba (0,2 T), camarão (0,2 T) e Pirarucu (0,1 T). Esses dez produtos correspondem a mais de 98% da aquicultura paraense.

Crescimento da exportação

Segundo o boletim da Fapespa, a exportação de pescado do Pará triplicou em 24 anos, passando de 57 mil toneladas em 2000 para 59,8 mil toneladas em 2023. Esse desempenho consolidou o Estado como um dos principais exportadores de pescado do Brasil, com sua participação nas exportações nacionais subindo de 6,6% para 16,1%.

Em 2023, cinco municípios do Pará participaram das exportações da cadeia do pescado. Belém se destacou como o principal exportador, respondendo por 63,6% das exportações estaduais, com um volume de seis mil toneladas. Augusto Corrêa ocupou a segunda posição, com 17,2% de participação, seguido por Bragança, que contribuiu com 10,1% das exportações estaduais.

Ainda em 2023, cinco itens concentraram mais de 90% das exportações de pescado do Pará. O principal destaque foi o grupo de “peixes congelados (exceto filés)”, responsável por 44,7% das exportações, com um volume de 4,3 mil toneladas. O “pargo congelado” foi o segundo item mais vendido pra fora, contribuindo com 28,6% das exportações paraenses.

Mais empresas

A pesquisa levou em consideração também o número de empreendimentos formais ligados à cadeia do pescado paraense, considerando que é um indicador essencial para avaliar a dinâmica e a capacidade de oferta de produtos de qualquer cadeia produtiva.

Os dados apontam que os empreendimentos formais ligados à cadeia do pescado tiveram um expressivo crescimento de 81,4% em relação ao total de empreendimentos registrados em 2006. Em 2023, foram identificados 390 estabelecimentos formais ligados a esta atividade e distribuídos principalmente entre três setores econômicos: o comércio concentrou 65% dos empreendimentos, seguido pela agropecuária com 23%, e a indústria com 12%.

Entre as subclasses mais representativas, destacam-se aquelas vinculadas ao setor comercial. O “Comércio Varejista de Artigos de Caça, Pesca e Camping” liderou, com participação de 28,2% no total estadual, refletindo a predominância do comércio na cadeia produtiva do pescado.

No setor industrial, a principal subclasse foi a de “Preservação de Peixes, Crustáceos e Moluscos”, que representou 7,2% do total de estabelecimentos no Pará, ocupando a quinta posição geral. Já na agropecuária o destaque foi o segmento de “Pesca de Peixes em Água Salgada”, com 7,9% de participação estadual. Esses dados evidenciam a diversificação da cadeia produtiva do pescado e a relevância do comércio como motor principal da atividade no Estado.

Em 2023, 75% dos estabelecimentos da cadeia do pescado paraense estavam concentrados em dez municípios. Belém liderou, contabilizando 138 estabelecimentos, o que representou 35,4% do total estadual. Comparado ao ano anterior, a capital apresentou um aumento de 2,2% no número de estabelecimentos, superando ligeiramente a média estadual de 2,1%. Outros municípios em destaque foram Bragança, Vigia, Santarém, Ananindeua, Marabá, Altamira, Curuçá, Augusto Corrêa e Itaituba.

Fonte: Agência Pará

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