A partir desta semana, o Blog do Zé Dudu vai mostrar um pouco do perfil de atuação dos 41 deputados estaduais do Pará, a começar pelos 23 eleitos pela primeira vez para fazer parte de um poder diariamente cobrado pela população. Dos 23 novatos, sete são mulheres que se juntaram as três deputadas reeleitas e, agora em junho, dia 26, criaram a Frente Parlamentar Feminina.
Entre as mais atuantes do grupo, está a professora Maria Iranilse Brasil Dias Pinheiro, ou simplesmente Professora Nilse (PRB), que se elegeu com 18.391 votos e de quem partiu a iniciativa para a criação da Frente Parlamentar Feminina, cuja proposta é unificar uma pauta específica de políticas públicas para as mulheres, principalmente de enfrentamento à violência doméstica e sexual e de garantias de direitos.
“Precisamos dentro desta Casa de Leis que os nossos esforços e energias sejam dedicados a uma pauta feminina porque o conservadorismo fala de uma pauta generalista, sem agregar e tratar as especificidades das mulheres”, observa a professora Nilse, que realizou audiência pública com o tema “Em defesa dos direitos das mulheres”, de onde saiu a Carta Compromisso ao Parlamento do Pará com 11 diretrizes prioritárias para a garantia dos direitos das mulheres. O documento foi entregue ao Fórum de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, realizado em Ananindeua.
Com as audiências públicas e sessões especiais, a professora Nilse se municia de informações para elaboração de projetos de lei. “A gente não pode ficar no gabinete e dizer ‘Ah, eu vou criar um projeto de lei’. Não. Você tem que convergir para as necessidades do estado, e essas necessidades estão na base. Por isso que a gente não para”, diz a deputada.
São de autoria dela os projetos que inclui, obrigatoriamente, no conteúdo dos concursos públicos, a Lei Maria da Penha e o que cria a Patrulha Maria da Penha, para realização de visitas periódicas às residências das mulheres em situação de violência doméstica. Os projetos estão em tramitação nas comissões técnicas, ainda sem previsão de irem à votação em plenário.
Melhoria da educação, defesa das crianças e adolescentes, dos idosos e o fortalecimento do empreendedorismo estão entre outras áreas de atuação da professora Nilse, que não é exatamente nova no parlamento. “A gente vem de uma dinâmica como vereadora do município de Ananindeua, de grande atuação. Fui tida como vereadora mais atuante no primeiro, segundo, terceiro anos, em votação popular, ainda como oposição. Hoje, estamos na base do governo e trabalhado em prol também disso (sem bem atuante)”, diz ela.
Em busca de mais conhecimento
Apesar de já contar com experiência legislativa, professora Nilse considera que o parlamento estadual é mais dinâmico até por lidar com assuntos de interesse de todo um estado e não somente com questões de um único município. Com o deputado Raimundo Santos (Patri), o mais antigo deputado da Casa, ela vai dirimindo dúvidas sobre o processo parlamentar, aprendendo um pouco mais. E com a equipe de assessores busca estudar as proposições.
“A Assembleia Legislativa nos surpreendeu de certa forma porque os desafios são muito grandes. São bem maiores que no legislativo municipal, mas eu já vinha preparada para isso porque foi a segunda tentativa (de chegar à Alepa) e a gente conseguiu entrar agora. Foi com muito esforço. E eu costumo dizer a minha equipe: poxa, nós lutamos tanto pra chegar aqui. A gente quer valer essa conquista e essa conquista só vai valer com muito trabalho. E para trabalho estou disposta”, enfatiza professora Nilse.
Membro titular da Comissão de Educação e suplente na Comissão de Segurança Pública, a professora se faz presente em muitas sessões especiais e audiências públicas realizadas pelos colegas. E é uma das poucas que, ao lado da deputada Heloísa Guimarães (DEM), participou ativamente da Comissão Parlamentar Externa de Barragens, presidida pela deputada Marinor Brito (PSol).
“Sou muito exigente, muito perfeccionista, então eu tenho tido uma dinâmica muito grande”, conta a professora, que afirma trabalhar diuturnamente para desenvolver um bom mandato. “A gente vê que a política está muito criminalizada. As pessoas não acreditam mais na política e eu venho com nova ideia, da transparência. Quero realmente ajudar a mudar a realidade do nosso estado”, assegura Nilse Pinheiro.
Por Hanny Amoras – Correspondente do Blog em Belém
Foto: Assessoria de Imprensa/Alepa
1 comentário em “Professora Nilse: “Para trabalho, estou disposta””
Tenho acompanhado a política de 2015 até o presente ano que estamos , e tenho visto que os parlamentares do Partido PRB tem cumprido o papel de um verdadeiro político, como exemplo na Cidade do Rio se Janeiro o Prefeito Crivella, e não seria referente com uma mulher lutar por uma causa nobre que é a educação e ps direitos garantidos dos cidadãos.
Parabéns pelo trabalho da Deputada.
Nosso país precisa se políticos assim, comprometido com o cidadão.