Professores municipais de Parauapebas paralisam atividades por um dia

Atividades serão retomadas nesta sexta-feira (14) depois de a prefeitura marcar nova rodada de negociação para o dia 20 deste mês, quando Sintepp deverá insistir pela solução de sérios problemas nas escolas, como violência, falta de ônibus, de merenda e até de gás de cozinha.

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A exemplo do que ocorre em Eldorado de Carajás, não está nada fácil para os educadores de Parauapebas negociarem com a prefeitura. Como consequência, as atividades foram paralisadas nesta quinta-feira, 14, mesmo depois da reunião da categoria com o novo secretário municipal de Educação, Luís Vieira, na manhã de ontem, quando a coordenação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) apresentar algumas propostas, para, por meio do diálogo, buscar evitar a paralisação de hoje.

De acordo com o sindicato, as tentativas de negociação vêm desde o ano passado, mas não avançaram. Segundo o coordenador do Sintepp, Rosemiro Laredo, a situação vivida nas escolas públicas “é de calamidade extrema”, não sendo raros os relatos de invasões aos estabelecimentos de ensino e cenas de vandalismo, inclusive com agressões físicas a alunos e servidores. Nas escolas, afirma o sindicato, os ambientes são insalubres também e se tornaram um problema de saúde pública, uma vez que alunos e funcionários, principalmente professores, estão adoecendo.

De acordo com avaliação feita por professores e estudantes, essa situação é o produto de uma somatória de fatores que contribuem para o “desastre” instalado na educação. O Sintepp enumera os principais problemas:

  1. O governo implementou um projeto de climatização das escolas, mas não se preparou para fazer a substituição dos aparelhos. Hoje, as máquinas estão sucateadas e o governo não consegue resolver o problema. Afirma o sindicato que já há relato de um número considerável de alunos que desmaiaram em sala de aula e foram levados em ambulâncias das escolas para hospitais. E o número de professores com problemas de saúde relacionados ao exercício da profissão é preocupante.
  2. Em vez de construir escolas “e para cumprir acordos políticos”, acusa o sindicato, o governo opta por alugar prédios sem condições de funcionamento e mantém anexos que comprometem o processo de ensino e aprendizagem. Hoje, esses anexos estão sendo fechados por falta de condições e os alunos estão ficando sem aula.
  3. Apesar de ter uma frota considerável de ônibus escolares, o Sintepp está recebendo diariamente a informação de que alunos estão sem aula. As justificativas vão desde a falta de combustível, por falta de pagamento aos fornecedores, até as péssimas condições em que os ônibus se encontram, pois o governo não consegue garantir a manutenção dos veículos.
  4. Material de apoio pedagógico e até mesmo itens básicos, como gás de cozinha, estão faltando nas escolas municipais. Há denúncia ao sindicato de que as merendeiras estão cozinhando em fogão à lenha improvisado na Escola Crescendo na Prática.
  5. Alunos do bairro Novo Brasil estão precisando contornar pela PA-275 porque a ponte que dá acesso à Escola Deyse Lorena está intrafegável.
  6. Professores e alunos da Escola Fernando Pessoa paralisaram as atividades para realizar um ato contra a violência, pois já houve caso de agressão a professor naquela escola, assim como nas escolas Sandra Maria e Elisaldo Ribeiro.

Próximos passos

Com a paralisação das atividades nas escolas, o Sintepp realizou manifestação nesta quinta-feira, 14, em frente à prefeitura. “Como resultado, tivemos a promessa de uma reunião no dia 20, quarta-feira, com o prefeito Darci e demais secretarias envolvidas”, contou Rosemiro Laredo. A situação é tão séria, firma o coordenador do sindicato, que é preciso o envolvimento de diversos setores do governo para resolver não apenas os assuntos pedagógicos, mas também de infraestrutura física.

Com a promessa da prefeitura de nova reunião, a coordenação sindical informou que os servidores voltarão ao trabalho na manhã desta sexta-feira, 15, porém, caso o impasse continue após nova rodada de negociação uma nova assembleia será feita para que os servidores decidam a possibilidade de deflagrar greve.

Posicionamento do governo

Em nota enviada à Imprensa, o secretário de Educação, Luís Vieira, afirma que o governo municipal tem buscado atender as reivindicações dos educadores de Parauapebas. Inclusive, pontua o titular da Semed, já atendeu e/ou avançou em vários pontos da pauta, como o pagamento da rescisão dos temporários distratados em 2018, garantia de contrato de pelo menos 100 horas para professores em processo de aposentadoria, convocação dos professores classificados no último concurso, definição de data para início das reformas das escolas, revisão do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Quadro de Magistério do Município (PCCR), entre outras.

“Assumi a Secretaria Municipal de Educação (Semed) dia 4 de fevereiro, recebi a coordenação do sindicato pela primeira vez na última quinta-feira, 7, onde tomei conhecimento da pauta de reivindicações e me comprometi a analisar cada item citado e voltar a reunir com a coordenação, como fiz ontem”, frisou Luís Vieira, reforçando que a gestão municipal “sempre esteve e está aberta” às negociações com o Sintepp, com apresentação de propostas para todas as questões em debate.

A prefeitura, garante o secretário, “vai continuar trabalhando para que a educação de Parauapebas seja de qualidade para todos. E espera poder contar com o bom senso dos educadores e da comunidade com o intuito de garantir que os estudantes não sejam prejudicados”.

1 comentário em “Professores municipais de Parauapebas paralisam atividades por um dia

  1. Marcos Viana Responder

    esse tal luiz das telhas e um verdadeiro exame de fezes….. chegou na escola de cara amarrada sem dar bom dia dizendo que estava fiscalizando as obras…… so quer saber de ficar na imprensa falando besteira pra enganar bestas…… trabalhar que e bom necas!!!!!!

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