Professores pressionam governo para reabrir negociações salariais

Houve ocupação do Ministério da Gestão e da Inovação e atos em pelo menos oito estados
Greve em frente ao MGI e manifestações em outros estados, reivindicam a retomada das negociações com o governo

Continua depois da publicidade

Inconformados com a negativa do governo de reavaliar a posição após reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), categorias da educação pública federal convocam profissionais à sede da pasta e reivindicam a retomada das negociações. Atos acontecem simultaneamente no Distrito Federal e em pelo menos oito estados.

Cerca de 300 pessoas com faixas e cartazes, bradando gritos de guerra, tomaram os espaços públicos do MGI na tarde desta segunda-feira (3). Várias categorias da Educação unem forças para reivindicar a retomada das negociações salariais com o governo federal. 

As mesas específicas foram encerradas na última segunda (27), após assinatura de acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação). No entanto, a Justiça suspendeu a decisão, abrindo oportunidade para novas tratativas.

A manifestação desta tarde contou com professores e técnicos administrativos, e teve o objetivo de fazer pressão durante reunião dos sindicatos dos docentes – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) – com os representantes do MGI, em Brasília.

A mobilização das categorias, no intitulado Dia Nacional de Luta da Educação Federal, ocorre também em oito estados: Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Há protestos tanto na rua quanto nas reitorias das universidades federais pelo país.

Governo não indica aumento

A reunião, no entanto, terminou sem avanços. O MGI afirmou que só concordaria com a retomada das discussões se fosse apresentada uma nova proposta por parte dos professores, rejeitando, portanto, a última contraproposta enviada pelos docentes no dia 27 de maio.

Com o posicionamento “intransigente” do MGI, os manifestantes decidiram manter a ocupação da sede da pasta, afirmando que só sairiam de lá quando fosse definida uma data para retomada dos trabalhos. A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) convocou todos para uma ocupação no bloco C do MGI, ao lado do Espaço do Servidor.

A greve, que se arrasta desde o início do ano, parece não incomodar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que os professores têm direito a fazer greve, mas, não sinalizou qualquer benefício à categoria que votou em peso para a sua eleição em 2022.

Após pressão nas duas últimas semanas, o governo retornou à sala de negociação e ofereceu como data o dia 20 de junho. Os dirigentes pressionam para que a reunião aconteça em um dia mais próximo. As tratativas continuam.

“A importância dessa mesa é que ela demarca a reabertura, o interesse do movimento sindical em reabrir as negociações com o governo. A expectativa de quem está aqui é de que o governo repense a contraproposta dos sindicatos e defina uma data para nos receber,” diz Eliene Novaes, presidente da ADUnB.

Mobilização

Os sindicatos planejam ainda um cronograma de atividades nesta semana, incluindo encontros com as comissões locais de greve e com o Comando Nacional de Greve (CNG), audiência no Senado Federal e reuniões com parlamentares que estão apoiando a greve na Educação.

Por Val-André Mutran – de Brasília