Programa de agricultura regenerativa da ADM no Brasil, espera cultivar 800 mil toneladas de soja em três estados

Em outros países da América Latina, a empresa colaborou com agricultores para introduzir práticas que melhoram a eficiência do uso de insumos e a intensidade de carbono
Áreas impactadas pelo programa da ADM

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A ADM (Archer Daniels Midland Company) divulgou, nesta segunda-feira (22), o segundo relatório anual detalhando o trabalho global da empresa para avançar as práticas de agricultura regenerativa. O documento inclui explicações sobre a definição, princípios e abordagem da ADM para o tema, além de atualizações sobre os programas da empresa em quatro regiões: América do Norte, América Latina, Europa e Ásia-Pacífico.

A empresa define a agricultura regenerativa como um conjunto de práticas agrícolas que buscam melhorar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e reduzir as emissões de carbono. Ela adota uma abordagem holística, conectando milhares de agricultores ao redor do mundo com parceiros de assistência técnica, como Farmers Business Network, Map of Ag, American Farmland Trust, Ceres Rural e Bayer S.A., e clientes downstream, como Ooni Pizza Ovens e The J.M. Smucker Co.

Em 2023, a ADM implementou programas de agricultura regenerativa em diversas regiões. Na América Latina, por exemplo, a empresa colaborou com agricultores para introduzir práticas que melhoram a eficiência do uso de insumos e a intensidade de carbono. Na América do Norte, a parceria com a American Farmland Trust e outras organizações resultou em avanços significativos na saúde do solo e no sequestro de carbono.

Alguns dos resultados: a empresa reduziu sua pegada de carbono Scope 3 em 310 mil toneladas métricas de CO² equivalente e sequestrou 263.700 toneladas métricas de CO², o equivalente a remover mais de 135.000 carros das estradas por um ano.

Além disso, a ADM reiterou seu objetivo de alcançar 5 milhões de acres regenerativos até 2025. Este esforço tem o potencial de reduzir e sequestrar CO² equivalente ao emitido pelo abastecimento de 125.000 casas durante um ano inteiro. Para 2024, a meta é atingir 3,5 milhões de acres regenerativos.

Greg Morris, presidente da divisão de serviços agrícolas e oleaginosas da ADM, destacou a importância da agricultura regenerativa tanto para a sustentabilidade quanto para os negócios: “Os consumidores estão exigindo produtos de origem mais sustentável, e os agricultores sabem que melhorar a saúde do solo e a biodiversidade, ser mais eficientes com insumos e melhorar a intensidade de carbono são bons para seus negócios e críticos para seu futuro. É o mesmo para a ADM: “A agricultura regenerativa é um ótimo exemplo de como estamos colaborando com os agricultores para apoiar a agricultura, fortalecer nosso sistema alimentar global e atender à crescente e evolutiva demanda comercial enquanto cumprimos nosso propósito e construímos um amanhã mais brilhante”.

Brasil

Em novembro de 2023, no Brasil, a ADM lançou um programa piloto de agricultura regenerativa com produtores de soja em Minas Gerais (região de Uberlândia) e Mato Grosso do Sul (região de Campo Grande), com resultados excepcionais.

O piloto está focado em três princípios:

• Minimizando a Perturbação do Solo: os Produtores usarão a agricultura sem plantio direto, com assistência técnica e orientação para refinar e aumentar essa prática, já amplamente utilizada no campo;

• Manter Raízes Vivas no Solo: os Produtores usarão uma combinação de rotação de culturas e culturas de cobertura para aumentar a saúde do solo, especialmente durante as janelas de entressafra, para impactar positivamente a absorção de água, a estrutura, a biodiversidade e a fertilidade do solo;

• Gerenciamento Responsável de Insumos: Os produtores receberão assistência técnica e educação relacionadas ao aumento do uso de insumos biológicos, reduzindo os insumos químicos e substituindo os produtos tradicionais de nitrogênio por alternativas, como produtos encapsulados, de liberação lenta e menos lixiviação, para diminuir as emissões de carbono associadas ao plantio, melhorando a saúde e a produtividade do solo.

A ADM está apoiando os agricultores participantes com:

• Assistência técnica na fazenda;
• Sessões de treinamento;
• Coleta de dados primários para cálculos de emissão de GEE;
• Análise do solo em cada parcela inscrita com medição de sequestro de carbono;
• Cálculo da intensidade de carbono da produção agrícola individual por parcela.

Espera-se que aproximadamente 70.000 a 80.000 toneladas de soja sejam produzidas como parte do piloto este ano.

Leia o relatório completo (em inglês) da ADM aqui.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.