Com o tema “Faça bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes”, a Prefeitura de Parauapebas, em parceria com a Câmara Municipal, realizou uma programação que teve início no dia 17 e finalizou no dia 20 de maio, sobre o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
Coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), a programação começou na segunda-feira com distribuição de panfletos no sinal da rua 10, bairro Cidade Nova. Na terça-feira, foram mobilizados alunos de escolas, alunos do projeto Pipa, psicólogos, assistentes sociais, Conselho Tutelar e profissionais que trabalham na causa e demais pessoas, para participar da passeata às 15h30, saindo do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), localizado na rua 15, em frente à Praça dos Metais.
A caminhada contou com apoio do DMTT e seguiu descendo na rua 14, depois subiu pela Rio de Janeiro, até a Praça da Cidadania, bairro Rio Verde. De acordo com o secretário de Assistência Social, Altamiro Borba Soares, a passeata foi de grande importância para todos, porque a população pôde ver que existem pessoas que trabalham no combate à violência praticada contra crianças e adolescente em Parauapebas, e que a comunidade pode denunciar.
Durante a passeata, foram distribuídos panfletos, mostrado faixas e pronunciado o grito de guerra deste ano, que foi “Esquecer é permitir, lembrar é combater”.
Na quarta-feira, a programação continuou com a distribuição de panfletos no sinal da rua 14, e na quinta-feira (20) houve sessão especial na Câmara Municipal, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, às 16 horas.
Na sessão especial contou com a presença do secretário da Semas, Altamiro Borba, que representou o prefeito Darci Lermen; o presidente da Câmara Municipal, Adelson Fernandes; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Parauapebas (Comdcap), Lucineide Santana; o coordenador do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Fabiano Marinho; Aldo Serra, do Conselho Tutelar; a juíza da 2ª vara, Eline Salgado; o investigador da Polícia Civil, Sérgio Luz; e os vereadores Wolner Wagner, Percília Martins, Faisal Salmen e Odilon Rocha.
No início da sessão, ainda teve o pedido de ajuda da mãe de Ana Karina Matos, que estava grávida de nove meses e desapareceu cerca de duas semanas em Parauapebas, e em seguida uma apresentação dos alunos medalhistas do Projeto Pipa, e logo após o pronunciamento das autoridades.
O objetivo foi mobilizar a população do município para que não deixe que nossas crianças e adolescentes sejam abusadas.
18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes foi criado pela Lei nº 9.970, de 17 de maio de 2000, em razão do crime que comoveu o Brasil, ocorrido na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1973. Naquele ano, a menina Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, foi espancada, violentada e assassinada. Até hoje, os culpados pelo crime não foram punidos.
Por ocasião da data, entidades e órgãos governamentais ligados à defesa dos direitos humanos celebram o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O objetivo da manifestação é mobilizar a sociedade em geral para o combate a essa forma de violência, além de estimular a denúncia contra a violação de todos os direitos dos jovens brasileiros.
A programação encerrou no dia 20, mas a luta contra o abuso às nossas crianças e adolescentes continua com ajuda dos profissionais e da população, que pode denunciar para o Conselho Tutelar 3356-2150, Semas 3346-8225 ou ainda para o Disque Denúncia 3346-2250.
Texto: Deicharles Damascena
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1 comentário em “Programações marcam Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes em Parauapebas”
O principal objetivo da data e das campanhas é a quebra do silêncio e o combate à banalização da violência. A violência sexual é apanhada nessas duas tecituras: pra vítima e pros familiares cabe o silêncio do segredo que deve ser mantido dentro das paredes da casa, uma vez que esse tipo de violência é, via de regra, cometido por pessoas do seio familiar. Tenta-se esquecer, esconder, escamotear. Mas uma hora o segredo vem à tona, seja através da depressão, do suicídio, de fugas do lar ou de problemáticas relações conjugais. Por isso a necessidade da denúncia.
No nível da cultura, a violência sofre o perigo da naturalização, da banalização de práticas como a iniciação sexual precoce, ou até mesmo da exploração sexual das jovens, muitas vezes pelos próprios pais. Protejemo-nos da angústia acreditando que a relação consentida não tem caráter de crime. Que apenas o estupro deve ser condenado. Mas não é bem assim: moças e rapazes quanto mais cedo iniciam a vida sexual, mais tempo ficam expostos á gravidez precoce, a doenças sexuais, à exploração sexual e à objetificação dos corpos.
Acho que vou parar por aqui, Zé, porque esse meu papo tá muito cabeça, você não acha?
Só queria lembrar que no 18 de maio também se comemora o dia Nacional de Luta Anti-manicomial. A secretaria de saúde fez alguma coisa? Eu não vi.
Fermina Daza.