Na tentativa de manter o equilíbrio do ecossistema do Rio Flexeira, que é fundamental para 28 aldeias da Terra Indígena Mãe Maria, entre Bom Jesus do Tocantins e Marabá, a Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) acaba de lançar o Projeto “Resistência do Rio Flexeira”. A iniciativa tem o apoio do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
A primeira reunião do projeto ocorreu na Aldeia Akrãtikatêjê, com a primeira expedição para coleta de amostras do rio, que será feita em vários pontos ao longo de seu curso. O Rio Flexeira tem sua nascente no município de Rondon do Pará e sua foz no Rio Tocantins, em Marabá.
O encontro inicial do projeto contou com a presença das promotoras de Justiça Josélia Leontina de Barros Lopes e Alexssandra Mardegan, além da presidente da FCCM, Vanda Américo. Elas foram recepcionadas pela cacique Kátia Silene.
“Esse projeto não vai beneficiar somente essa aldeia, mas toda a sociedade que utiliza o Rio Flexeira, que vem passando por um processo de degradação muito sério,” observou Américo. “Não sabemos se é mineração, se é o agronegócio, esgoto sanitário de alguma cidade ou outra coisa. Mas, o pescado vem minguando e a água está mais caudalosa, e isso está causando problemas”.
Diante desse quadro, os pesquisadores da Fundação Casa da Cultura vão mapear o rio e propor um diagnóstico para que junto com as autoridades possam ser traçadas ações de preservação e combate de possíveis contaminações.
A cacique Kátia Silene destacou a urgência da iniciativa: “Queremos saber o que está acontecendo com o rio. Lembro de quando queriam colocar o esgoto de Morada Nova no Rio Flexeira. Fomos nós que nos manifestamos, fizemos o documento e não aceitamos. A gente cuida desse rio e reabastece ele com o açude que nós criamos aqui. Os filhotes descem para o Rio Flexeiras no período da piracema. Então, não temos dúvida de que algo está prejudicando o Rio Flexeira. Temos que proteger os rios”.