Após gerar críticas da indústria e elogios de movimentos antitabagistas e de associações médicas, consultas públicas com regras mais restritivas para propaganda e produção de cigarros no País terminaram ontem com pelo menos 200 mil requerimentos para mudanças do texto.
Proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma resolução proíbe a adição de produtos ao fumo, considerada uma estratégia para incentivar a iniciação de crianças e jovens. A outra limita mais a propaganda: maços não podem ser expostos em pontos de venda, com exceção das tabacarias.
Pelo cronograma oficial, as sugestões apresentadas serão analisadas e um texto final será redigido. Mas setores antitabagistas temem que, diante de tanta polêmica, as propostas sejam engavetada para sempre – o que não seria inédito na Anvisa. Durante o governo Lula, uma proposta de restringir a propaganda de bebidas, depois de muito debate, foi arquivada.
O lobby contrário às restrições se intensificou nos último meses. Representantes de produtores fizeram debates e reuniões com o governo. A última ocorreu anteontem, na Casa Civil. As associações, ligadas a bares, padarias, agropecuária e turismo, afirmam que as medidas são uma intervenção nos direitos de propriedade e livre iniciativa.