Protesto por Belo Monte causa paralização de Balsa no Rio Xingu na BR-080 e pode atrasar exportações de carne

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A paralisação da travessia por balsa no Rio Xingu, na região que liga São José do Xingu a outros municípios de Mato Grosso e Pará, deve provocar desabastecimento nos frigoríficos das cidades de Matupá e Colíder a partir de segunda-feira. Frigoríficos como Guaporé Carnes, em Colíder, e Frialto, em Matupá, já começam a contabilizar os prejuízos.

A paralisação da balsa, que começou ontem, foi uma decisão de lideranças do Parque do Xingu em protesto ao leilão da Usina de Belo Monte, a ser construída em Altamira (PA).

A balsa tem capacidade para 300 toneladas (o equivalente a quatro carretas) e atende aos usuários da BR-080 na travessia do Xingu, sendo utilizada principalmente para o escoamento da produção de grãos e transporte de gado para frigoríficos.

O gerente de compra de boi do Frialto, Natalino Sanchez Filho, disse que só tem gado para abate até este sábado porque está fazendo remanejamento. "No sábado, já vamos operar com apenas 50% da capacidade", informou. O grupo abate por dia 800 cabeças de gado. No primeiro dia da paralisação da balsa, cinco caminhões do grupo tiveram que retornar às fazendas de origem em São José do Xingu. "Já estamos com a escala comprometida", afirmou.

Além do comprometimento da entrega porque não vai conseguir "honrar" com os clientes, a paralisação de uma unidade de produção geraria, segundo ele, prejuízos em torno de R$ 400 mil. Além de abastecer todas as regiões do Brasil, o grupo também tem uma boa fatia na carne exportada pelo Brasil para países como Irã, Egito, Kuwait e Rússia, entre outros.

Já o gerente da Guaporé Carnes, Claudio Silva, disse que, se a paralisação continuar por tempo indeterminado, pode comprometer entre 1% a 2% da produção. O grupo afirmou não depender só de São José do Xingu, mas que havia cargas previstas para atravessar o rio na próxima semana.

Fonte: Último Segundo

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