Por Ulisses Pompeu – de Marabá
O Partido dos Trabalhadores (PT) está “catando os cacos” que sobraram do Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e do resultado ruim das urnas na última eleição de 2 de outubro de 2016 para prefeito e vereadores no Brasil.
No Pará, o partido está fazendo isso através de plenárias regionais e Marabá recebeu, nesta sexta-feira, 13, caciques do partido numa sala do campus da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Ao todo, representantes de 17 municípios do sudeste do Pará estiveram reunidos e neste sábado, em Xinguara, será a vez dos representantes do sul do Estado.
Segundo o deputado estadual Milton Zimmer (PT-PA), as plenárias servirão para tratar da organização interna, as bandeiras de luta que serão defendidas pela sigla e propostas programáticas. Esses debates precedem, ainda de acordo com ele, a eleição de novos dirigentes do partido, por meio dos congressos em âmbito municipal, estadual e nacional e também através do Processo de Eleição Direta (PED). “Estamos fazendo avaliação dos erros e avanços que tivemos como governo, mas também trabalhar a lógica dos desafios que teremos daqui para frente no processo de reconstrução e fortalecimento do partido”, ressaltou.
Zimmer explicou que em março deste ano vão ocorrer eleições das novas direções municipais e o partido precisa estar fortalecido para esse processo. “Vamos explicar o processo e preparar os companheiros do PT para esse momento. Vamos ter um congresso estadual no final de março para discutir questões estaduais e no começo de abril teremos um congresso nacional.
“Não estamos preocupados apenas com a eleição que virá, mas promovemos um debate sobre os desafios, pensando o PT para os próximos 20 anos. Sabemos as contribuições que o partido deu ao Brasil, mas este é um novo momento, de reconstrução, pensando novas metodologias e fortalecimento das bases que possuímos”.
A plenária teve a participação do senador Paulo Rocha, do deputado estadual Dirceu ten Caten e de vários vereadores recentemente eleitos, como Marcelo Alves, de Marabá.
Paulo Rocha
Participante da Plenária do PT em Marabá, o senador Paulo Rocha disse que o momento é mesmo de uma discussão interna sobre a situação crítica do partido, mas também de buscar saídas da crise atual. “Precisamos recuperar a força do PT nesta região e em todos os municípios onde ela for perdida”, sustentou.
As palavras mais pronunciadas por Paulo Rocha durante a entrevista de 12 minutos foram “avaliar e reestruturar, dizendo que o PT é o porta voz da luta do povo, dos pobres e precisa ser recuperado o quanto antes.
Questionado sobre quais foram os erros do PT, o senador disse que quando o partido virou governo, seus membros acharam que este resolveria todos os problemas e deixou de continuar fortalecendo a luta do povo. “A classe trabalhadora precisava continuar forte e exigindo do governo que não estivesse acertando, e isso não aconteceu como deveria”, avalia.
Eleição no Pará
Questionado se será candidato em 2018 para o governo do Pará, Paulo Rocha lembrou que, historicamente, o PT vem disputando eleições para o governo, mas evitou colocar-se como o nome principal do partido, dizendo que há outras personalidades petistas cotadas para concorrer para governador. “Claro, meu nome sempre aparece em listas porque exerço mandato no Senado Federal, mas o que precisamos exigir é que escolhamos um nome que una o partido e estabeleça diálogo com outros setores da sociedade e partidos parceiros nossos, entrando na disputa polarizada entre o PMDB e PSDB”.
O senador analisa que o Impeachment da presidente Dilma foi um golpe, mas que a “elite brasileira” não está conseguindo tirá-lo naturalmente da disputa para 2018, a não ser por outros meios, como processos judiciais e, agora, uma manobra política, na tentativa de votar um projeto que impeça que ex-presidentes que tenham exercido dois mandatos possam se candidatar mais uma vez à Presidência da República. “Estão tentando eliminar o Lula de qualquer maneira, prendendo ou condenando-o. É um processo de disputa do poder, mas não conseguem diminuir a força de Lula”, ri Paulo Rocha.
Questionado como via o enfraquecimento do PT em Marabá, a partir do momento em que o ex-vice-prefeito Luiz Carlos Pies cortou a aliança que tinha com o titular João Salame – amigo pessoal de Paulo Rocha – o senador preferiu não tocar exatamente no assunto, falando genericamente que “o PT tem capacidade de renascer a partir disso, e nossos quadros políticos terão de se preocupar na reconstrução. Quando o partido nasceu, foi da força da classe trabalhadora”, disse.
2 comentários em “PT faz exercício de ensimesmar-se para tentar voltar às origens”
Se Deus quiser essa corja que tanto nos enganou, será erradicada do nosso meio. Tenho vergonha de dizer que um dia fui às ruas gritar por esse partido de enganação e essas cobras que insistem em permanecer enganando!!!
PT já morreu só
falta enterra …Em 2018 vai se enterrado para sempre …