100 DIAS DE GOVERNO

Hoje, quinta-feira (10), o prefeito Aurélio Goiano chega ao 100º dia no comando da Prefeitura de Parauapebas. Apesar de ele tentar querer emplacar um clima de festa — não se sabe exatamente com quê e de quê —, é visto com desconfiança pelos que o elegeram, principalmente por não honrar a palavra lançada. Enquanto tenta enaltecer seus feitos e se agarrar a forasteiros, a gestão de Goiano enfrenta a fúria de sindicatos, a mágoa de servidores e um recorde de denúncias em tão curto período que nenhum ex-prefeito conseguiu acumular durante anos na cadeira de chefe do Executivo.

OBRAS JÁ ACABADAS

Entre pinta aqui, verniza ali, retoca acolá, Aurélio Goiano vai se notabilizando como o “prefeito das obras prontas”. A pretexto de “reconstruir Parauapebas”, ele está reinaugurando um monte de equipamentos públicos que já estão prontos e acabados após passar uma lata de tinta cuja licitação para compra ninguém sabe dizer como foi. São várias “obras” com o selo Aurélio Goiano de pintura, e até auxiliares próximos já estão perdendo a paciência de ir a eventos para reinaugurar coisas que já existem, simplesmente porque o gestor tem necessidade súbita de aparecer. O mesmo acontece com a população nos eventos do Saaep: o prefeito faz o maior aguaceiro “inaugurando” água num dia, no outro a população, que não é boba, vai para as redes sociais e grupos de WhatsApp fazer piada com a situação porque falta água.

PREFEITO X SINDICATOS

Aurélio declarou guerra aos servidores públicos concursados, 80% dos quais provavelmente votaram nele, segundo pesquisas registradas à época das eleições de 2024. Seu discurso de campanha, de “valorizar o servidor efetivo”, transformou-se ontem (9) num teatro de impropérios durante uma live, durante a qual o alcaide praticamente tentou jogar a população contra o funcionalismo público que não o bajula por ser efetivo. Goiano ataca insistentemente os sindicatos que representam os servidores só porque as entidades estão lutando por reajuste salarial, melhores condições de trabalho e contra a perseguição que alegam existir na gestão atual.

REPRESENTAÇÃO NO TCM

Enquanto viaja ou aparece nas redes sociais “trabalhando”, Aurélio Goiano vê sua gestão afundar em processos — que ele sempre acredita contornar por estar com a “caneta”. Na última terça-feira (8), a Prefeitura de Parauapebas foi alvo de representação no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), para além das quase diárias denúncias de que vem sendo alvo. Se o prefeito não parar de achar que os recursos públicos administrados por ele vão livrá-lo sempre das broncas administrativas, poderá ter sérios problemas para concluir o mandato.

ATACADA NA SESSÃO

A secretária Maura Paulino, titular da Educação, foi bastante criticada na última sessão legislativa. O ponto nevrálgico diz respeito ao fechamento de uma creche na Palmares 1, o que, segundo a vereadora Maquivalda Barros, é um absurdo porque 130 crianças tiveram seus direitos violados. Além de Maquivalda, desceram o pau na Secretaria Municipal de Educação (Semed) os vereadores Zé do Bode, Sargento Nogueira e até mesmo Tito do MST, este o qual é da base do prefeito Aurélio Goiano. Ninguém gostou de saber que dezenas de criancinhas estão sem aula e que mães estão sendo prejudicadas por isso.

MUDANÇAS NA GESTÃO

O prefeito Aurélio Goiano andou soprando alto que deseja — e sobretudo tem necessidade de — mexer em seu secretariado nos próximos meses. O Blog ouviu de aliados de primeira hora do gestor que um ou dois adjuntos podem ser convidados a se tornarem titulares de pastas importantes, mas que o principal já foi feito: a oportunidade foi concedida para que os atuais mostrassem trabalho, cumprindo compromissos de campanha, embora nem todos tenham apresentado o resultado esperado. Segundo apoiadores em tom irônico: “o caminho do feio é por onde veio”.

ATAQUE DE PELANCA

Tem neófito que não gostou muito de que, na programação das mulheres em Parauapebas, as prefeitas Mariana Chamon (Curionópolis) e Josemira Gadelha (Canaã dos Carajás), que foram convidadas, tenham sido intensamente aplaudidas e ovacionadas pela população de Parauapebas dado o exemplo que ambas são como gestoras em seus respectivos municípios. Os aplausos sonoros viraram motivo de inveja e reclamação, bem como ainda hoje atingem e perturbam os ouvidos daqueles que carecem de carisma e popularidade, mas querem, no futuro, se lançar a alguma coisa. Será que apenas à base da simpatia — como Mariana e Josemira — os neófitos e as neófitas invejosos emplacam?

DESTAQUE FEMININO

Por falar em popularidade, Parauapebas tem uma entre as mulheres de trabalho mais notável e comentado na região. É a inoxidável vereadora Maquivalda Barros, que tem feito uma atuação histórica como oposição, metendo o dedo, com muita sabedoria, nas feridas do governo municipal, que anda correndo aperreado para obter decisões favoráveis em Belém — e não se sabe até quando vai conseguir, já que a prática começa a ficar muito manjada e cada vez mais questionável. Além de Maquivalda, são destaques positivos as prefeitas Josemira e Mariana, bem como a secretária de Desenvolvimento Social de Curionópolis, Fernanda Azevedo, que tem feito um trabalho brilhante e caiu na simpatia da população local. As personalidades femininas mais antipatizadas em Parauapebas o Blog não cita nem por decreto.

BLÁ-BLÁ-BLÁ EM OFF

A primeira-dama e secretária da Mulher, Beatriz Barbosa, tem sido duramente criticada nas redes sociais devido a vídeos de várias mulheres que fazem cobranças públicas à Secretaria Municipal da Mulher (Semmu) por não ter pago os prêmios às vencedoras da programação que a pasta fez em alusão à semana delas. A mulherada se diz vítima de calote da Semmu, mas Beatriz, que recentemente ficou conhecida como “musa do blá-blá-blá”, ficou em silêncio. O evento organizado pela primeira-dama, com shows nacionais, custou uma fortuna e virou caso de justiça.

CADÊ A LICITAÇÃO?

Licitação, não é segredo, é tema muito caro para a administração de Aurélio Goiano. Cochicha-se nos bastidores que a equipe do prefeito está tendo dificuldade, e não é pouca, para organizar e tocar processos licitatórios sérios. Já já cessa o “estado de calamidade” tirado da cabeça “genial” de algum “consultor” do prefeito, e Goiano terá de se deparar com a dura e urgente realidade de precisar licitar produtos e serviços para empurrar sua gestão. E o pior: terá de pagar débitos milionários das dispensas de licitação que ele já fez, está fazendo e vai fazer. O oba-oba do prefeito Aurélio Goiano pode acabar lá para agosto, quando ele se vir sem dinheiro para pagar a folha do funcionalismo.