Principal polo econômico do sudeste paraense, com ampla gama de atrativos comerciais e de serviços, a cidade de Marabá também está na dianteira do interior do Pará quando o assunto é ensino superior. Enquanto instituições públicas se movimentam para manter a oferta de cursos de graduação em tempos de corte de gastos e contenção de orçamentos públicos, as particulares dão um passo à frente e expandem os tentáculos.
No final de agosto, um parecer emitido pela Câmara de Educação Superior, braço do Conselho Nacional de Educação (CNE), deu carta branca para que a Faculdade Uninorte, com sede em Tucuruí, abra um campus em Marabá e já chegue retumbante: instale, de cara, um curso superior de Odontologia, o primeiro da região. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu e podem ser conferidas aqui.
A faculdade não oferta Odonto nem mesmo em sua sede. Em Tucuruí, a instituição disponibiliza Farmácia e Psicologia, além dos cursos de Farmácia em Altamira e Direito em Tailândia. O Blog consultou o site da instituição e verificou que já é possível fazer um cadastro prévio (veja aqui) para se candidatar a uma das vagas do curso que forma odontólogos. O número de vagas totais, contudo, ainda não foi anunciado e será fixado pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), do Ministério da Educação (MEC).
Atualmente, Marabá tem até curso de Medicina — dois: um ofertado por universidade pública e outro por particular. O município também já forma enfermeiros, fisioterapeutas, biomédicos, psicólogos, bacharéis em Saúde Coletiva, entre outros profissionais ligados à área de saúde. Seu polo acadêmico já tem, segundo o MEC, cerca de 17 mil estudantes e contabiliza 89 cursos de graduação regulares presenciais. É um filão que já empata com Imperatriz (MA) e supera Araguaína (TO), para onde muitos paraenses de microrregiões como Parauapebas e Redenção fugiam em massa para estudar até pouco tempo.
Hoje, a maior parte dos estudantes de Parauapebas que saem para cursar faculdade tem como destino imediato Marabá, que movimenta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), R$ 83,7 milhões apenas com salários de profissionais envolvidos com ensino superior formalmente contratados. Esse movimento chega a R$ 73,2 milhões em Imperatriz, R$ 47 milhões em Araguaína e a apenas R$ 2,2 milhões em Parauapebas.