Redenção: MPPA e PC prendem três acusados pelo desaparecimento de ex-candidato a vereador

As prisões aconteceram na manhã desta sexta-feira (4) em Redenção. Segundo o MPPA e Polícia Civil, os presos tinham interesse em “dar” sumiço na vítima

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Na manhã desta sexta-feira (4), a Polícia Civil e o Ministério Público do Pará (MPPA) realizaram uma operação conjunta para o cumprimento de três mandados de prisões temporárias e de busca e apreensão em andamento as investigações do desaparecimento do ex-presidente da Associação de Epiléticos de Redenção, Cícero José Rodrigues de Souza, de 42 anos.

Cícero também era candidato a vereador em Redenção, no sul do estado, e concorria pelo partido Solidariedade. Ele despareceu no dia 20 de outubro deste ano e a família nunca mais teve notícias dele.

Na operação desta sexta-feira foram presos um ex-vereador de Redenção, um policial militar e um advogado. A Polícia Civil e o MPPA não divulgaram os nomes dos acusados, porque as investigações estão andamento e sob sigilo.

Ainda na manhã de hoje, o promotor de Justiça Leonardo Caldas e o delegado Luciano Freitas deram uma coletiva à Imprensa para falar sobre as prisões. Segundo o promotor, o elo entre os acusados e o desaparecimento da vítima seria financeiro.

“É de conhecimento de todos que o Cícero presidia a Associação de Epiléticos e havia um crédito, em valor considerado, que ia ser depositado na conta da associação. A partir disso, estamos estreitando as investigações e já chegamos nesses três acusados”, informa o promotor.

De acordo com Luciano Caldas, apesar das provas estarem apontados para os três, até agora eles negam qualquer envolvimento com o desaparecimento de Cícero e dizem, inclusive, que nem o conhecem. “São afirmações, que se confrontadas com o que já temos apurado, não se sustentam. Nós, assim como a Polícia Civil, já estamos tratando o caso como homicídio, uma vez que faz mais de 40 dias que a vítima está desaparecida e sem que haja qualquer informação sobre seu paradeiro”, enfatiza o promotor.

Ele esclarece que as prisões temporárias, pelo caso já ser tratado como um crime hediondo, têm um prazo de 30 dias, podendo ser prorrogadas. “O objetivo nesse momento é salvaguardar a investigação que está sendo feita, já que a presença dos três, em liberdade, se mostrou muito maléfica à obtenção de provas. Eles soltos poderiam destruir provas e intimidar testemunhas, inclusive algumas testemunhas não queriam falar temendo os acusados. Então as prisões são para preservar as investigações, para que se avance e se consiga, até mesmo, identificar outros participantes nesse caso”, ressaltou Leonardo Caldas.

Ainda de acordo com o promotor, apesar dos acusados negarem, as investigações colocam os três no foco do caso. “O que já temos apurado, liga diretamente os três ao desaparecimento da vítima”, afirma o promotor.

O delegado Luciano Freitas destaca que uma das prioridades agora é saber o que aconteceu e onde está Cícero. “Vamos intensificar as diligências para tentar fazer a localização dele, vivo ou morto. Infelizmente, por já fazer mais de 40 dias que ele está sumido, há hipótese é que ele esteja morto. Por isso, vamos trabalhar para tentar localizar o corpo dele”, adianta o delegado.

Ele pede que se alguém tiver alguma informação que possa ajudar nas investigações, que procure a polícia ou Ministério Público. “Nós temos um canal para fazer denúncias, que é pelo número 181. É totalmente sigiloso. Então fica aqui esse apelo. Às vezes, uma informação é a peça-chave para montar o quebra-cabeça em uma investigação complexa, como é essa do desaparecimento do Cícero”, pede Luciano Freitas.

(Tina Santos)