O ganho mensal de um domicílio paraense em 2022 foi inferior ao salário mínimo vigente, e o Pará segue sendo um dos mais pobres do Brasil, no tocante ao rendimento per capita. É o que mostra uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24), que só reforça números de desempenho socioeconômico do estado já conhecidos. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.
Pelos dados, os domicílios paraenses tiveram rendimento médio de R$ 1.061, cerca de 12,5% abaixo dos R$ 1.212, que era o salário vigente ano passado. O rendimento médio do país, no valor de R$ 1.625, foi quase 35% maior que o do estado mais rico da Região Norte. Os domicílios do Pará só não tiveram ganho médio mensal inferior ao dos estados do Maranhão (R$ 814), Alagoas (R$ 935), Amazonas (R$ 965), Pernambuco (R$ 1.010), Bahia (R$ 1.010), Acre (R$ 1.038) e Ceará (R$ 1.050).
Por outro lado, o Distrito Federal ostenta o maior rendimento domiciliar médio, de R$ 2.913, puxado sobremaneira pelos altos salários pagos pelo serviço público da capital federal. O DF é seguido por São Paulo (R$ 2.148), Rio Grande do Sul (R$ 2.087), Santa Catarina (R$ 2.018) e Rio de Janeiro (R$ 1.971).
O levantamento do IBGE, que se vale de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), não detalha informações em nível de município, uma vez que a checagem não tem caráter censitário. Os dados de rendimento do IBGE também não se confundem com os números de PIB per capita divulgados anualmente pelo próprio instituto, nem tampouco com a estatística de rendimento decorrente do trabalho que o Ministério do Trabalho divulga anualmente por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Segundo o IBGE, a divulgação do rendimento domiciliar per capita atende à Lei Complementar 143/2013, que estabelece critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), e aos compromissos assumidos quanto à definição dos valores a serem repassados ao Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo dos fatores representativos do inverso do rendimento domiciliar per capita.