Ao longo de anos, os rios, lagos e igarapés do nosso município têm sido explorados de forma indiscriminada e predatória sem a devida fiscalização do governo local. Tal descontrole vem causando a exaustão da nossa ictiofauna e propiciando a diminuição e até o desaparecimento de algumas espécies antes endêmicas.
Parauapebas conta com alguns rios e igarapés, sendo o Rio Parauapebas o mais importante, o que deu nome e margeia nossa cidade. Outrora, há vinte anos, esse rio apresentava grande fartura em peixes e demais espécies de sua ictiofauna. Com o passar dos anos e com o advento de vários assentamentos rurais, aumentou-se consideravelmente o nível populacional humano às suas margens, a qual passou a utilizá-lo como fonte de pesca doméstica, profissional e comercial, chegando à condição de predatória.
É de conhecimento geral que os componentes da nossa ictiofauna não são apenas alimentos. Peixe não é só alimento, peixe é um trabalhador incansável e sua existência é parte intrínseca para a estabilidade da qualidade da água em sua micro e macrobiótica, oxigenação e níveis de turbidez, sem citar a manutenção da cadeia alimentar das espécies, inclusive a espécie humana.
Embora no Brasil tenhamos leis federais específicas para proteção ambiental de rios e igarapés – tal qual a Lei do Defeso (nº 10.779/2003), que trata sobre proibir a pesca no período de fecundação das espécies –, a desobediência a esta legislação é permanentemente praticada em Parauapebas. O termo Terra Sem Lei é tal que, durante o período do defeso, os pescadores do município de Marabá migram com suas traias para os nossos rios, fugindo da fiscalização federal nos rios Tocantins e Itacaiúnas, perpetrando uma devassa criminosa no Rio Parauapebas sob o olhar negligente das nossas autoridades.
O garimpo clandestino de ouro, com suas técnicas predatórias e seu mercúrio, juntamente com a extração de areia, ataca nossos rios com violência de tal forma hedionda que suas marcas e efeitos devastadores podem ser observados há quilômetros de altura via Google Maps.
O repovoamento da ictiofauna é uma proposta para os rios, lagos e igarapés de Parauapebas, como medida de reposição para mitigação de impactos causados pelo garimpo e pesca predatória no município. Entretanto, para realização desta proposta necessita-se a providência promocional do governo local, interação dos deputados federais e estaduais, objetivos claros, embasamento técnico científico, especial atenção e monitoramento para que seus resultados não produzam efeitos adversos ao que se propõe para devolver aos nossos rios a magnitude de sua ictiofauna.
Eli Areias, um dos fundadores de Parauapebas
2 comentários em “Repovoamento e monitoração da fauna do Rio Parauapebas e seus afluentes se faz urgente”
Rio novo não existe mais, brumadinho passa é longe do estrago que fizeram com rio novo, ainda temos o Cardoso, verde, gelarado, azul. Uma outra atividade que acredito ser construtiva nesse processo é a o incentivo e o desenvolvimento de atividades esportivos nos nosso rio a fim de promover maior interação da população com eles, a exemplo temos as modalidades esportivas relacionadas ao remo e a pesca esportiva que pode se tornar a uma alternativa econômica a atividade de pesca.
Uma observação lúcidas, um grito de socorro ao nosso rio principal é seus afluentes. Ação de proteção das margens e combate á pesca predatória nesse sistema vital deve ser bandeira da cidade de Parauapebas. A começar nas escolas, para que crianças e jovens tomem noção da riqueza das águas de nossa região e da importância de as preservarmos . Inclusive porque já chegamos no limite de recebermos em nossas casas água tratada de péssima qualidade, consequente á contaminação ao longo do curso dagua que dá nome ao Município. Quanto á ação política, que os deputados eleitos nas esferas federal e municipal tenham a dignidade de fazerem algo importante e útil para uma população que pagou a peso de ouro por seus mandatos. Talvez consigam restituir minimamente o enorme prejuízo causado por suas campanhas milionárias e medonhas, cujas consequências deletérias são sentidas por todos, haja visto o rombo das contas do governo com a farra eleitoreira de 2022 e o abandono vergonhoso dos projetos de infraestrutura da cidade. Tenho dito.