Depois que alguns tripulantes do navio de bandeira libanesa acionaram a Ouvidoria Geral e a Comissão de Combate ao Trabalho Forçado, na última sexta-feira pela manhã, a seccional paraense informou que encaminhará a denúncia à Justiça Federal, bem como se mobilizará para tombamento de inquérito e pleitear os direitos trabalhistas desses estrangeiros desamparados.
Na tarde de hoje (7), às 17h, o procurador Bruno Valente, do Ministério Público Federal, realiza uma reunião para debater o assunto. Um tradutor traduzirá todas as denúncias da língua árabe para o português.
“Vamos buscar os direitos desses trabalhadores e verificar se alguém está extrapolando limites”, assegurou Ivanilda Pontes, ouvidora da OAB/PA. O presidente da Comissão de Combate ao Trabalho Forçado, Giussep Mendes, que estará presente no MPF, também ouviu os relatos dos estrangeiros, que não recebem salários e estão sem dinheiro para comprar suprimentos básicos de higiene e dificuldade para se comunicar.
Há quase dois meses, o navio Haidar naufragou com cinco mil bois, no município de Barcarena. Esses trabalhadores estão sendo mantido em situação precária em um hotel no Ver-o-Peso, em Belém. Suas roupas, por exemplo, foram doadas. Alguns precisaram de cuidados médicos e não tiveram como comprar remédios.
Segundo um dos tripulantes, Mohmoud Abdulrahman Kara Qash (21), o grupo não tem informação de como está processo referente à medida cautelar emitida pela Justiça, cuja determinação concede prazo inicial de 90 dias para que autoridades policiais continuem à investigação sobre o naufrágio.
O grupo denunciou ainda que há 21 tripulantes do navio hospedados em Barcarena, incluindo o capitão, o engenheiro-chefe e o chefe de cozinha, que estão recebendo o salário normalmente. As empresas envolvidas no caso são: Minerva Food, Servport Serviços Marítimos e Global Agência Marítimos.
Por Luiz Flávio M.Costa – Assessoria de Imprensa MPF