Ricos e Pobres

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Ricos e pobres

Nos Estados Unidos, onde se mede o sucesso por patrimônio, ex-colegas de universidade, ao se encontrarem, procuram inflar seus patrimônios, de modo a parecerem mais vitoriosos. Lá, é até exagerado o temor de ser um “looser” (perdedor). Ao que parece, no Brasil ocorre o contrário. Pessoas de sucesso querem parecer pobres, como se isso fosse sinônimo de honestidade.

Não é crível que, após tantos anos de mandato público – com bom salário e altas mordomias – Fernando Gabeira tenha bens de apenas R$ 57 mil, o que equivale a apenas três ou quatro salários mensais de deputado. Pior foi Alessandro Molón, ex-candidato do PT ao Governo do Rio, que dizia ter patrimônio de apenas R$ 11 mil; Mólon mora no Leblon, estudou no caro colégio Santo Agostinho – onde estão seus filhos – é professor universitário e parlamentar e seria normal ter bens acima de R$ 500 mil.

O mais novo da turma é César Maia, que, a pretexto de abrir mão dos imóveis para os filhos – como fez Anthony Garotinho – agora mostra declaração com apenas R$ 73 mil – insuficiente para pagar reforma interna no apartamento em que reside.

Um profissional de nível superior de estatal, após 20 ou 30 anos de serviço, pode, honestamente, ter um apartamento que vale R$ 600 mil ou até mais. Não é hora de acabar com a hipocrisia?

Um político, com décadas de trabalho e se aproveitando de rentáveis aplicações em renda fixa ou bolsa de valores, não deveria ter vergonha de mostrar bens de R$ 1 milhão, sem problemas. Mas, por aqui, todos apostam na demonstração pública de pobreza como sinônimo de ação ilibada, o que, nos Estados Unidos, seria prova cabal de que tal figura não sabe gerir seus bens e não está apta a cuidar do patrimônio público.

Fonte: Monitor Mercantil
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