Rio Tocantins sobe em disparada e deixa Defesa Civil marabaense em alerta

Feriadão de Carnaval foi marcado por muita chuva e abrigos em potencial começam a ser organizados pela Prefeitura

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As águas de março chegaram com força em Marabá. Em uma semana a Praia do Tucunaré, em frente à cidade, praticamente desapareceu e o nível dos Rios Tocantins e Itacaiunas subiu quase 1,5 metro e alcança agora a marca de 8,22 metros acima do normal, segundo Boletim Informativo de Vazões divulgado pela Eletronorte nesta quinta-feira, dia 7.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no mês de fevereiro foram registrados 180 milímetros de chuva em Marabá, enquanto nos primeiros seis dias de março já há acúmulo de 90 milímetros. Ou seja, a metade de um mês inteiro de chuva foi registrada em menos de uma semana.

Se a previsão do site Climatempo se confirmar, para os próximos 15 dias a expectativa é de muita chuva em Marabá. Tanto que 100% dos dias deverão cair água, sendo que em 13 dias há expectativa de fortes chuvas.

Em contato com a Reportagem do Blog na tarde desta quinta-feira, o coordenador da Defesa Civil Municipal em Marabá, Jairo Milhomem, reconheceu que o rio subiu muito nos primeiros seis dias de março. Segundo ele, que monitora diariamente a elevação do nível do Tocantins, do dia 1º para cá foi 1,40 metro de cheia.

Ele acredita que a previsão é de que continue subindo, uma vez que há notícias de chuva intensas nas cabeceiras dos rios Tocantins e Araguaia. “Não será difícil chegar aos 10 metros, considerada cota de alerta e quando as primeiras famílias poderão ser retiradas de áreas mais baixas”, avalia.

Jairo disse que na manhã desta quinta-feira o nível do rio estava em 8,16 metros acima do normal e no início da tarde já estava em 8,22 metros. “Mas ainda estamos a 1,78 metros acima da cota de alerta. Esperamos que não seja necessário transportar famílias, mas se isso acontecer, estaremos preparados”, garante.

O coordenador da Defesa Civil informou que quatro abrigos já estão de prontidão e dois deles começaram a ser limpos nesta quinta-feira por uma equipe da Prefeitura de Marabá: Ginásio da Obra Kolping, no Bairro Belo Horizonte; Feirinha da entrada da Marabá Pioneira; Associação de Moradores do Bairro Amapá; e área adjacente ao posto Montana, próximo ao trevo dos três núcleos da cidade.

Esses quatro locais, segundo Jairo Milhomem, têm capacidade para receber 200 famílias. Se for necessário, a Prefeitura vai dispor de outros seis abrigos espalhados em vários núcleos da cidade. “O Plano de Contingência da Defesa Civil está pronto desde setembro do ano passado. Estamos monitorando a subida e descida do rio. No ano passado, numa experiência atípica, auxiliamos 3.242 famílias que ficaram desabrigadas ou desalojadas”, relembra.

Quem precisar entrar em contato com a Defesa Civil Municipal em Marabá pode ligar para o telefone 3321-8990.

FIM DOS ALAGAMENTOS?

Embora a chuva tenha sido torrencial e longa nos últimos dias, os alagamentos constantes registrados em ruas e casas da cidade nos anos anteriores não voltaram a acontecer este ano. O trabalho de drenagem de vias e limpeza de grotas, realizado por equipes Do SSAM (Serviço de Saneamento de Marabá e da SEVOP (Secretaria de Viação e Obras Públicas) durante o verão e também no inverno ajudou a escoar a água da chuva e prevenir as “enchentes” ocasionais, principalmente na Avenida Manaus (Bairro Belo Horizonte), na Boa Esperança (Bairro Laranjeiras) e folhas 21 e 22.

Segundo o secretário de Obras, Fábio Moreira, além da drenagem profunda para resolver o dilema da Avenida Manaus, a Prefeitura precisou agir de forma incisiva para evitar alagamentos na região da Grota Criminosa, retirando construções irregulares que retinham água das chuvas. “Temos um projeto para resolver definitivamente o problema dos alagamentos entre as folhas 21 e 22. Deverá afetar a várias casas. Algumas serão desapropriadas e alguns pedaços de quintais serão cortados. Em 2019 vamos realizar uma obra para urbanizar aquele trecho e acabar de vez com o problema”, antecipa Fábio.

Ulisses Pompeu – de Marabá