Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos, somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.
Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio e as pedras que estão na sua foz? As pedras da nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas. À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas, assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem existência do outro, sem o seu contato. Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar. É começar e terminar a existência com a forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho pra trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvida, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser devastadas. Faz parte…
Reveses momentâneos servem para o crescimento. A isso chamamos experiência. Pense que existe algo mais profundo, ainda nessa análise. Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheias de excessos, os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas se aproximando cada vez mais de sua essência e ficando cada vez menores, menores, menores…
Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dados a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.
Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor…
Pois, Deus fez a cada um de nos um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de amor. Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar…
Mas temos que aprender como. Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.
Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e… Ou superando. Ora, esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento… E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE! Não existe outra forma de descobrir o AMOR. E sem ele a VIDA não tem significado.
Por Roberto Crema
Presidente do Colégio Internacional dos Terapeutas – UNIPAZ
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5 comentários em “Roberto Crema : atritos”
Caro Marcos,
Isso me deixa muito feliz, nos faz crer que nosso
objetivo aos poucos vai se concretizando.
Isso é o que o cineclubismo faz, abre as cabeças das
pessoas e planta a semente do diálogo, sejam eles quais forem.
Breve teremos mais cinema, abraços e obrigado a você
e ao blog pela força e espaço.
Versão atual
Deixar-se escutar as pessoas faz um bem enorme! Valorizar a habilidade de escutar, tentar entender o que dizem e ao mesmo tempo emitir uma opinião e ser respeitado consiste num resultado imensamente gratificante.
Este texto postado por Zé Dudu tem tudo a ver, deixar-se atritar e se relacionar.
Nunca tive uma conversa com Zinho, e nunca deixei me aproximar muito dele, hoje fiz tudo ao contrário.
Nessa quinta feira, a noite, encontrei com o Zinho, jornalista, que estava distribuindo seu jornal.
Fui ao seu encontro pra ver se continha alguma matéria sobre a Mostra de cinema ocorrida na Câmara de vereadores.
Não tinha.
Cobrei o nobre jornalista e ele disse que esqueceu e prometeu colocar na proxima edição.
Daí começamos a conversar e DESCOBRI NO ZINHO um cinéfilo indescritível.
Ele adorou o filme exibido pelo LCC, ESTAMIRA, cuja personagem é protagonista de si próprio. Zinho fez um relato do filme por uma hora, sem ser cansativo.
No filme, a protagonista sofre de ESQUIZOFRENIA CLÁSSICA, e ela mesma, vai vivendo sua vida, relatando-a de maneira que nos sensibilizamos a cada cena.
Ao final fica uma dúvida , quem é mesmo são? O filho de Estamira agiu certo com suas mãe? Estamira tem lá suas razões? Poderia ter sido tudo diferente?
Voltando à conversa, Zinho ainda faz um passeio pelo cinema velho e o atual, um papo gostoso que acaba quando percebemos que já é hora de irmos pra casa descansar.
Mas o papo vai continuar uma hora, afinal, é devagar que vamos descobrindo o outro. E é nos relacionamentos que vamos nos lapidando e, seguindo a regra, nos tornando pessoas melhores.
Deixar-se escutar as pessoas faz um bem enorme! Valorizar a habilidade de escutar, tentar entender o que dizem e ao mesmo tempo emitir uma opinião e ser respeitado consiste num resultado imensamente gratificante.
Este texto postado por Zé Dudu tem tudo a ver, deixar-se atritar e se relacionar.
Nunca tive uma conversa com Zinho, e nunca deixei me aproximar muito dele, hoje fiz tudo ao contrário.
Nessa quinta feira, a noite, encontrei com o Zinho, jornalista, que estava distribuindo seu jornal.
Fui ao seu encontro pra ver se continha alguma matéria sobre a Mostra de cinema ocorrida na Câmara de vereadores.
Não tinha.
Cobrei o nobre jornalista e ele disse que esqueceu e prometeu colocar na proxima edição.
Daí começamos a conversar e DESCOBRI NO ZINHO um cinéfilo indescritível.
Ele adorou o filme exibido pelo LCC, ESTAMIRA, cuja personagem é protagonista de si próprio.
No filme, a protagonista sofre de ESQUIZOFRENIA CLÁSSICA, e ela mesma, vai vivendo sua vida, relatando-a de maneira que nos sensibilizamos a cada cena.
Ao final fica uma dúvida , quem é mesmo são? O filho de Estamira agiu certo com suas mãe? Estamira tem lá suas razões? Poderia ter sido tudo diferente?
Voltando à conversa, Zinho ainda faz um passeio pelo cinema velho e o atual, um papo gostoso que acaba quando percebemos que já é hora de irmos pra casa descansar.
Mas o papo vai continuar uma hora, afinal, é devagar que vamos descobrindo o outro. E é nos relacionamentos que vamos nos lapidando e, seguindo a regra, nos tornando pessoas melhores.
Muito lindo e verdadeiro.
Os atritos são realmente necessários para o crescimento individual e coletivo.
Quando isso acontece num ambiente de trabalho, o líder deve estar sempre atento para administrá-los qdo necessário.
Porque um aparente atrito pode parecer pequeno, mas as vezes pode ser apenas a ponta de um iceberg.
No entanto, evitar o confronto (digno) e ficar querendo agradar a gregos e troianos pode ser umá péssima opção a um indivíduo.
Este texto postado nos faz repensar e muito a nossa propria maneira de tratar os outros e de como nós gostáríamos de sermos tratados, enfim, se colocar no lugar do outro já é a primeira oportunidade que nos damos de aceitar melhor o nosso próximo, mesmo que nos atritemos com ele, o que é, tb, muito importante para nos posicionarmos perante o mundo e com isso sermos lapidado pouco a pouco.