A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) a ser recebida este mês pelo conjunto das prefeituras paraenses chegou ao menor nível desde agosto de 2020. Este mês, 55 municípios vão rachar R$ 125,73 milhões, quase metade do que foi faturado em abril do ano passado, quando as prefeituras saborearam R$ 218 milhões. A queda do recolhimento por Parauapebas e Canaã dos Carajás, principais receptáculos, afeta a soma geral.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que nesta sexta-feira (1º) calculou quanto cada prefeitura de município minerador vai receber este mês como cota-parte dos royalties de mineração. Frente aos resultados de 2021, os governos de Parauapebas e Canaã experimentam baixas significativas.
A Prefeitura de Parauapebas, por exemplo, vai embolsar R$ 65,56 milhões este mês, queda de 42,7% na comparação com que o recebeu em abril do ano passado, quando ingressaram nos cofres do município R$ 114,39 milhões. Vai ser o terceiro mês consecutivo com faturamento abaixo de R$ 70 milhões, situação que a administração de Darci Lemen não experimentava desde outubro de 2020. Nos primeiros quatro meses deste ano, Parauapebas acumulará R$ 264,49 milhões em Cfem quando a cota de abril for creditada, muito menos que os R$ 410,08 milhões dos quatro primeiros meses do ano passado.
Em Canaã dos Carajás, a cota foi proporcionalmente ainda menor. Este mês, R$ 38,49 milhões vão entrar nas contas comandadas por Josemira Gadelha a título de royalties, 53,1% abaixo dos R$ 82,03 milhões. Não se via tão pouca Cfem assim desde setembro de 2020, abaixo de R$ 40 milhões. No acumulado de quatro meses de 2022, Canaã totalizará R$ 182,82 milhões em royalties, o que é bem abaixo dos R$ 310,29 milhões dos primeiros quatro meses de 2021.
Outras cinco prefeituras também vão receber quantias milionárias da Cfem este mês: Marabá, R$ 7,868 milhões; Paragominas, R$ 3,101 milhões; Itaituba, R$ 3,068 milhões; Curionópolis, R$ 2,925 milhões; e Juruti, R$ 1,363 milhão. Oito governos vão receber entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão, a saber: Cumaru do Norte, R$ 685,8 mil; R$ Santa Maria das Barreiras, R$ 492,3 mil; Ipixuna do Pará, R$ 487,9 mil; Novo Progresso, R$ 405,7 mil; Terra Santa, R$ 400,4 mil; Oriximiná, R$ 307,7 mil; Floresta do Araguaia, R$ 240,9 mil; e São Félix do Xingu, R$ 109,6 mil.
Boas perspectivas
A partir de maio, é esperado que os royalties de Parauapebas e Canaã dos Carajás comecem a reagir, senão por volume de produção nas minas de Carajás, pelo menos em razão do preço da tonelada do minério de ferro. Em março, a cotação da commodity fechou o mês em 158,30 dólares. O contrato futuro, para entrega em setembro, registrou média de 145,75 dólares, o que é muito bom para as localidades produtoras, que poderão ver em conta mais royalties refletidos a partir da valorização do produto.
Em Parauapebas e em Canaã dos Carajás, maiores produtores de minério de alto teor do mundo, a produção física do ferro diminuiu em razão das fortes chuvas que se abatem sobre o conjunto de serras (Norte, Sul e Leste) do complexo de Carajás. Além disso, restrições sanitárias na China — principal mercado consumidor — devido ao aumento de casos de coronavírus também têm impactado negativamente no recolhimento de Cfem no Pará.