Um levantamento exclusivo realizado nesta quinta-feira (1º) pelo Blog do Zé Dudu mostra quanto as prefeituras de municípios mineradores vão receber nos próximos dias a título de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), muito popular na alcunha de royalty de mineração. Ao todo, 51 prefeituras do estado vão rachar R$ 182,775 milhões, em cifras que partem de R$ 45 e chegam a R$ 86 milhões.
E esses muitos milhões já têm dona: a Prefeitura de Parauapebas. A “dama” dos royalties de mineração vai embolsar este mês R$ 86,564 milhões pela lavra de recursos minerais em seu território. A mineradora multinacional Vale é a maior contribuinte e geradora dessa “carrada” de dinheiro, que, aliás, melhorou um pouquinho em relação aos meses anteriores, quando a arrecadação do município vinha capengando devido a uma junção de fatores, sobretudo pela freada na produção física de minério de ferro na Serra Norte de Carajás e pelo baixo preço do produto no mercado internacional.
Como o minério é precificado fora do país, particularmente na China, que é o principal mercado consumidor da commodity produzida em Parauapebas, o cenário de recolhimento de Cfem nos próximos meses é incerto. Isso porque nesta quinta o preço do ferro fechou em cerca de 98 dólares ― muito abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado ― em decorrência de surtos de covid na China e da preocupação com a situação do mercado imobiliário naquele país asiático. O mercado imobiliário, não é demais lembrar, é o setor que mais demanda aço na China, e o minério de ferro é a base do aço.
Assim como Parauapebas, a Prefeitura de Canaã dos Carajás também depende sobremaneira da Cfem para irrigar suas finanças. Este mês, o município vai faturar R$ 70,829 milhões em compensação financeira, praticamente o valor de todas as receitas arrecadadas durante um ano inteiro pelas vizinhas prefeituras de Eldorado do Carajás e Água Azul do Norte.
Milionárias do mês
Além dos governos de Parauapebas e Canaã, que lideram o recolhimento de Cfem no Brasil sem rivais à altura, outras oito prefeituras vão ficar ainda mais milionárias em setembro com dinheiro dos royalties. A Prefeitura de Marabá, nesse quesito, é a 3ª colocada, com R$ 7,456 milhões a receber nos próximos dias. Mas isso só pela produção dentro do município.
Marabá, como o Blog do Zé Dudu já explicou noutras ocasiões, também recebe royalties ― que não entram nessa conta ― por ser um município afetado diretamente pelas atividades extrativas que ocorrem em Parauapebas. O Blog apurou junto à Agência Nacional de Mineração (ANM) que, além da cota mensal por produção, Marabá já embolsou este ano R$ 38,514 milhões em dinheiro vivo por ser diretamente afetado por projetos de mineração.
Outros municípios com valores significativos para receber este mês são: Paragominas (R$ 4,023 milhões), Itaituba (R$ 2,47 milhões), Curionópolis (R$ 2,392 milhões), Juruti (R$ 2,291 milhões), Terra Santa (R$ 2,214 milhões), Oriximiná (R$ 1,281 milhão) e Água Azul do Norte (R$ 1,259 milhão). É a primeira vez, aliás, que Água Azul rompe a barreira do milhão em Cfem, muito por conta de uma produção de cobre que movimentou R$ 1,846 milhão no município em agosto.
Os últimos colocados na lista da Cfem, com parcelas este mês que não chegam sequer a R$ 100 são Belém (R$ 76,04), Santa Maria do Pará (R$ 66,62) e Acará (R$ 45,52).