ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
O clima é de final de Copa do Mundo, como se “dois Brasis” estivessem disputando o campeonato, e a grande decisão é no próximo domingo (30). Em Parauapebas, estarão em campo 182,5 mil eleitores, os protagonistas desse jogo. No primeiro turno, uma espécie de semifinal, o “time Bolsonaro”, atual presidente, ganhou em Parauapebas com 77,4 mil votos contra 54,6 mil do “time Lula”, ex-presidente e que tenta retornar ao Palácio do Planalto. Em níveis estadual e nacional, contudo, Lula derrotou Bolsonaro com diferença de 6,2 milhões de votos, o equivalente a 34 vezes o eleitorado de Parauapebas em favor do petista.
MINÉRIO EM DECLÍNIO
O desempenho ruim da economia chinesa este ano está causando rebuliço no mercado de commodities, e o minério de ferro tem sido duramente afetado. Na semana passada, o produto padrão do mercado, com teor de 62%, chegou a menos de 90 dólares por tonelada em Singapura, e especialistas prenunciam a cotação mais baixa dos últimos quatro anos, com um ritmo de desvalorização frente ao pico — registrado no meio do ano passado — só visto em 2016. Analistas esperam um 2023 difícil, mas com preços estabilizados na média de 85 dólares, o que, se ocorrer, levará os royalties de Parauapebas a caírem para em torno de R$ 60 milhões por mês, considerando-se o atual ritmo de produção mensal da Vale, de entre 7,5 milhões e 8 milhões de toneladas de minério de ferro. Mas, na mineração, tudo são incertezas.
LENDA DO PRECATÓRIO
Ela voltou. A fofoca do precatório do extinto Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) voltou a mexer com as emoções dos professores da rede pública municipal após o prefeito Darci Lermen sinalizar o desejo de querer ratear os 60% previstos em lei entre os profissionais de educação durante comemoração do Dia Do Professor dias atrás. A fala de Darci virou rapidamente uma indicação do vereador Eleomárcio, na sessão da semana passada, em que ele pediu ao governo municipal o desbloqueio judicial do recurso, o qual, segundo o parlamentar, há quatro anos somava mais de R$ 80 milhões. O Fundef, para quem não sabe, virou o atual Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o precatório decorre de repasses de recursos a menor ao município pela União para custear a educação da rede pública de ensino.
CADÊ O PRECATÓRIO?
O problema é esse: esses tais R$ 80 e tantos milhões — a bem da verdade, eram R$ 85,8 milhões — não existem mais. O recurso foi bloqueado porque R$ 74,6 milhões haviam sido utilizados pela Prefeitura de Parauapebas entre 2017 e 2018 para pagar despesas com a manutenção do ensino fundamental, restando R$ 11,2 milhões, posteriormente bloqueados na justiça a pedido da subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp). Desses R$ 11,2 milhões, só 60% poderiam ser utilizados para rateio, o que daria uma média de R$ 3 mil a cada professor, em valores sem considerar eventuais correções. Por ora, o prefeito Darci vai continuar com o desejo de pagar, enquanto os professores vão continuar sonhando com a bonificação.
DECISÃO DA JUSTIÇA
Candidatos aprovados — mas não nomeados — no último concurso da educação de Parauapebas podem ganhar a qualquer momento uma boa (ou má) notícia. É prevista para ainda esta semana decisão do juiz Lauro Fontes Júnior sobre uma ação coletiva que pede a nomeação desses candidatos sob a alegação de que a Prefeitura de Parauapebas deixou de chamá-los e contratou temporários, mesmo com aprovados no banco de reserva. Na semana passada, três candidatas aprovadas no concurso, cujo edital foi publicado em 2017, reuniram-se com o promotor Mauro Messias, titular da 4ª Promotoria de Justiça, para tirar dúvidas sobre a ação, uma vez que o governo municipal acabou de abrir novo concurso com vaga para professor das séries iniciais. As candidatas saíram da reunião bastante animadas. Falta, agora, o juiz dar a palavra final.