O município de Santa Maria das Barreiras, no sul do Pará, apresenta alto índice de gravidez na infância e adolescência, segundo dados do Barômetro da Sustentabilidade, feito pela Diretoria de Pesquisa do Meio Ambiente (Dipea) da Fapespa. O levantamento vem sendo feito desde o início da atual gestão do governo do Pará, com o objetivo de nortear as políticas públicas com base na realidade de cada município e região.
Segundo o governo, o Barômetro vem sendo essencial ao fomento de pesquisa em ciência, tecnologia e inovação, por meio do monitoramento e elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento efetivo do no estado. Cruzar as informações dessas diferentes bases de dados auxilia a fazer um retrato da realidade local, indicando áreas mais fortes ou fragilizadas no alcance efetivo do desenvolvimento sustentável.
“É um sinalizador inclusive para os prefeitos, pois ajuda a saber com mais precisão onde devem investir ou não. Não temos nenhum município completamente insustentável, mas sinalizamos indicadores que merecem atenção quando identificamos. Um exemplo é Santa Maria das Barreiras, no sul do estado, em que percebemos que o indicador de gravidez na infância e adolescência está alto”, destaca o diretor do Dipea, Roberto Tuma.
O Dipea elabora o Barômetro de Sustentabilidade com informações de diferentes bases de dados sobre os 144 municípios, a fim de mensurar parâmetros sociais e ambientais, que se refletem na qualidade de vida da população em harmonia com os ecossistemas. Segundo o titular da Dipea, é usada uma metodologia específica para o alicerce de elaboração dos Barômetros de Sustentabilidade.
“É um instrumento, de base estatística, desenvolvido pela organização canadense World Conservation Union (IUCN), com a finalidade de avaliar a sustentabilidade de cada município, que fornece subsídio ao governo do estado para elaborar políticas condizentes com cada localidade. Nosso estado tem dimensões continentais, com realidades diferentes. O Barômetro ajuda a mostrar a realidade específica de cada município”, detalha o diretor.
As pesquisas estabelecem dois eixos em um plano cartesiano, sendo um do bem-estar humano e o outro quanto ao ecossistema. “Mortalidades da infância e materna; número de médicos, de leitos hospitalares; ocorrência de gravidez na infância e adolescência; extrema pobreza; e trabalho infantil são alguns dos indicadores sociais que mostram a saúde, a riqueza e a cultura em relação à comunidade. Já sobre o meio ambiente podemos citar a coleta de lixo; focos de calor; população em domicílio com banheiro e água encanada; desmatamento; e Cadastro Ambiental Rural. Diante disso, fazemos um gráfico em cada indicador para ver se ele se enquadra em sustentável, potencialmente sustentável, intermediário, potencialmente insustentável, ou insustentável”, explica Roberto.
Para realizar a análise a Fapespa utiliza diversas fontes de informações sobre os municípios, como o DataSus do Ministério da Saúde; Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre outros. A observação dos dados é mensal e resulta em publicações abertas para toda a sociedade.
Em 2021, após encontrar semelhanças de características em municípios próximos, a instituição passou a disponibilizar análises por região. A mais recente se refere aos municípios da região de integração Araguaia, que integra Pau D´Arco, Sapucaia, São Félix do Xingu, Santana do Araguaia, Santa Maria das Barreiras, Rio Maria, Redenção, Xinguara, Conceição do Araguaia, Bannach e Água Azul do Norte.
“De modo geral houve uma melhora tanto do bem-estar humano quanto ambiental, nos dados estatísticos dessa região”, frisa o diretor. Para conferir os barômetros de cada município basta acessar o site da Fapespa: www.fapespa.pa.gov.br.
Tina DeBord