Santa Maria: uma tragédia que poderia ser evitada.

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Mesmo não tendo nenhum parente ou amigo entre as vítimas do incêndio ocorrido na madrugada do domingo em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, não há como não se emocionar ao ver e ouvir os relatos sobre essa grande tragédia.

O sentimento de revolta que insiste em perdurar em nossos corações quando ocorrem fatos como estes não pode ser esquecido daqui a alguns dias, semanas ou meses. É preciso que a iniciativa privada esqueça sim que nem sempre o lucro deve vir acima de tudo, que o que acontece em outros estabelecimentos pode sim ocorrer no seu.

Se adequar às normas de prevenção é o mínimo que se pode exigir de um comerciante que pretende dar diversão aos nossos jovens. Foi emocionante ouvir depoimento de uma garota que esteve na boate naquela noite, e felizmente conseguiu sair com vida, quando ela, em um momento de profunda consciência, cobrava profissionalismo dos donos desses locais de diversão. “ A gente sai pra se divertir e o mínimo que se espera é que o local tenha segurança”.

As casas noturnas e/ou locais de diversão de nossas cidades oferecem essa segurança para nossos jovens que precisam se divertir?

Em caso de uma fatalidade, nosso staff de segurança (do seu município) está em condições de atender uma tragédia como a ocorrida em Sta. Maria?

Santa Maria é uma cidade centenária de um estado com identidade cultural estabelecida. Abriga uma base aérea da FAB desde 1971, é um polo universitário que abriga dezena de milhares de jovens de vários estados da federação. É considerada, no Estado do Rio Grande do Sul, como Cidade Cultura.

A tragédia ocorrida em Santa Maria poderia ser evitada? Acredito que não. Todavia, poderia ser minimizada se:

  • os proprietários, no afã de lucrar, não tivessem autorizado a entrada de cerca de 50% de clientes a mais do que foi estabelecido pelo Corpo de Bombeiros local;
  • o infeliz vocalista da banda, também vítima da tragédia, não tivesse acendido aquele sinalizador dentro de um ambiente fechado, contrariando as regras estabelecidas pelo fabricante do produto;
  • o estabelecimento tivesse uma saída de incêndio conforme prega as leis;
  • os seguranças não tivessem impedido a saída dos jovens que se deslocaram em desespero para a única porta, mesmo que por alguns segundos, provocando um tumulto ainda maior;

O importante é que o ocorrido em Santa Maria sirva de lição para todos os prefeitos, comandantes do Corpo de Bombeiros e autoridades ligadas a segurança pública dos municípios brasileiros para que prestem mais atenção na liberação desses locais no tocante às normas de segurança, e que os proprietários se adéquem a essas normas, mesmo que isso minimize seus lucros. Que a morte desses 233 jovens provoque o sentimento de que fatos como esse podem sim ocorrer em nosso município e que, se medidas enérgicas não forem tomadas quanto às normas de segurança, amanhã, ao invés de ver na TV o choro da cidade de Santa Maria, poderemos estar chorando por nossos filhos, amigos ou conhecidos.

Fica o alerta, prevenir ainda é o melhor remédio! 

8 comentários em “Santa Maria: uma tragédia que poderia ser evitada.

  1. Abreu Responder

    O vocalista que motivou o acidente não morreu. Quem morreu foi o gaitista que já estava do lado de fora, mas voltou para buscar seu instrumento. O Vocalista foi preso hoje a tarde juntamente com o tecnico da banda e os 2 socios da casa.

  2. MARCOS ANTONIO Responder

    EVITAR UM INCIDENTE CATRASTROFICO COM CENTENAS DE VIDAS JOVENS PERDIDAS,COMO ESTA EM STA MARIA. SIM PODIA SER EVITADA, POIS COMO DIZ O DITADO QUANDO A CABEÇA NÃO PENSA É O CORPO QUE PAGA,DESDE DE QUANDO FOI ALUGADO TAL BOATE PARA ESTE EVENTO,CERTAMENTE TEVE OUTROS ANTERIORES SERÁ MESMO QUE NESSES OUTROS EVENTOS NINGUEM NUNCA PENSOU QUE NUN PROXIMO EVENTO HAVERIA TAL SHOW PIROTECNICO, POIS ERA DE PRAXE A TAL BANDA REALIZAR O MESMO SHOW PIROTECNICO EM OUTROS EVENTOS ANTERIORES,CLARO QUE FALTOU CUIDADO EM ALERTAR O PERIGO DE PEGAR FOGO NO TAL TETO ESPUMADO ALTAMENTE INFLAMAVEL E SENDO ASSIM TODO APARATO ANTI INCEDIO COMO EXTINTORES E ATE MANGUEIRA DE AGUA DE BOMBEIRO DEVERIA HAVER DE SOBRA NA TAL BOATE PELO TAMANHO QUE ELA TEM E PELO NUMERO DE PESSOAS QUE COMPORTA SERIA OBROIGATORIO A EXISTENCIA DE SAIDA DE EMERGENCIA COMO HÁ NOS CINEMAS.ENTÃO EWU DIGO TODOS SÃO DIGNOS DE CULPA, OS PROPRIETARIOS, AS AUTORIDADE FISCALIZADORAS,E ATE O PUBLICO QUE DEVERIAM TODOS SE PREOCUPAREM DE FORMA DEFENSIVA PARA EVITAR O PIOR QUE ESTAVA DESENHADO PARA ACONTECER POR FALTA DE REFLEXÃO ANTECIPADAS DESSAS PESSOAS UM TANTO IRRESPONSAVEIS COM A PROPRIA VIDA E A VIDA ALHEIA.

  3. Cauan Piri Responder

    Zé! Aproveitando a oportunidade, gostaria que vc colocasse o dedo na ferida da VIGILÃNCIA SANITÁRIA de Parauapebas, se é que existe este Orgão por aqui!!! O que vemos por aí são bares, butecos, verdadeiras pocilgas que se denominam restaurantes, entre outros vendendo alimentos, tais como este de costa pra rua em frente a Leolar, um verdadeiro chiqueiro. Será que a vigilancia sanitaria só existe para fiscalizar as grandes empresas. Tenho nojo de visitar esses ambientes da cidade, são imundos!!! E mais imundo são os frequentadores que não cobram higiene destes locais.

  4. Gaúcho Responder

    De acordo com os jornais, uma série de erros e, vale dizer, omissões, contribuiu para a magnitude do desastre, iniciado pelo uso de pirotecnia pela banda que se apresentava (um faísca atingiu o sistema de exaustão, o que iniciou o fogo que se espalhou pelo teto baixo e coberto de papelão). Dentre os problemas da boate atingida pelo fogo estava a ausência de mais saídas de emergência, havendo apenas uma única porta, não sinalizada e que não foi encontrada por muitos em razão da escuridão. A porta, por sua vez, não era suficiente para escoar o imenso público. Já hoje é necessário que se inicie uma investigação, pois o plano de combate a incêndios da boate também estava vencido. Essas observações não só são a causa da horror, ou pelo menos de sua magnitude, mas também aumentam ainda mais a revolta dos brasileiros.

  5. Roberto Responder

    Muito se critica o excesso da presença do estado na vida do cidadão. Mas se tem um lugar em que o estado deveria estar e quase nunca se faz presente com eficácia é na fiscalização de normas de segurança de edificações, incluída a prevenção de acidentes. É raro o caso em que condições de segurança de locais sinistrados obedeciam a essas normas. É o que vemos em Santa Maria. Uma boate com plano de prevenção de incêndio vencido pega fogo quando um músico usa efeitos especiais no palco, levando 231 jovens à morte. Tragédia revolta menos do que descaso.

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