São Félix do Xingu: No Dia da Igualdade Feminina, TS promove curso à mulheres do campo

A iniciativa objetiva incentivar o empreendedorismo feminino na zona rural, onde a população do gênero é grande
Mulheres participam de curso no Dia do Empoderamento Feminino (Foto: Bruno Cecim/Agência Pará)

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Em celebração ao Dia da Igualdade Feminina, comemorado nesta quinta-feira (26), marcando a luta das mulheres por empoderamento e paridade entre gêneros, o Programa Territórios Sustentáveis (TS) realizou, em São Félix do Xingu, um curso voltado ao empreendedorismo feminino no campo. O objetivo é estimular, cada vez mais, o protagonismo feminino na área rural, onde é grande a população de mulheres.

No total, 216 produtoras rurais estão inscritas no Programa Territórios Sustentáveis na área da PA-279, nas regiões sul e sudeste do estado. Na atividade desta quinta-feira, o curso “Empoderamento feminino: Desenvolvendo as características do comportamento empreendedor” foi realizado em parceria com o Sebrae e o Imaflora.

A ação foi destinada à Associação de Mulheres Produtoras de Polpa de Frutas de São Félix do Xingu, visando a melhoria na gestão das propriedades das beneficiárias, formação de lideranças, empoderamento e incremento da autoestima das mulheres no campo, além do incentivo ao empreendedorismo rural, ao associativismo e cooperativismo. 

“Esse curso para nós, mulheres da associação, é um grande aprendizado. Nós estamos aprendendo muita coisa sobre os direitos das mulheres. Desde quando formamos a nossa associação, a maioria dos integrantes é mulher e somos nós quem estamos à frente de tudo. O Territórios Sustentáveis é um grande incentivo e vai alavancar muito a agricultura familiar. O mais importante é que vamos poder colocar mais pessoas no nosso bloco,” destacou Maria Josefa Machado, presidente da associação.

De acordo com a técnica da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Ana Carla Barros, o feminismo ganha força no campo, mas ainda existem problemas que devem ser enfrentados, tais como a pouca representatividade, a violência e as desigualdades no mercado de trabalho. “Cerca de 47,5% da população rural é feminina. Então, é de fundamental importância que nós possamos capacitar essas mulheres para construir esse desenvolvimento rural sustentável,” enfatizou. “O nosso objetivo é expandir para outros grupos, para que as mulheres da zona rural possam se empoderar também através do empreendedorismo e da administração de propriedades”. 

Selma de Oliveira, coordenadora de projetos do Imaflor em São Félix do Xingu, observa que a força do empreendedorismo feminino se destaca pela conciliação da jornada de trabalho com as tarefas domésticas. “Com o tempo nós começamos a perceber que as mulheres não tinham muito claro qual o papel delas na propriedade, sociedade e, sobretudo, na tomada de decisão. Então, hoje, trabalhamos muito com essa questão do empoderamento, da participação feminina. Uma das coisas que a gente tem trabalhado muito é o benefício da mulher, através de capacitações e de apoios com insumos. Então, essa parceria com o Territórios Sustentáveis tem sido muito boa. Como elas trabalham com polpas de frutas, a gente precisa incentivar essa questão da produção sustentável,” frisou Selma de Oliveira.

O Programa Territórios Sustentáveis entregou, através do Ideflor-Bio, um viveiro de mudas para atender a associação das produtoras da região. A parceria com o Sebrae soma-se às ações de empreendedorismo rural, focando no papel da mulher, na autoestima e nos benefícios. 

“Independente de onde a mulher esteja, qual a sua faixa etária ou grau de instrução, para nós é importante estar nesse processo de empoderar a mulher, mostrar que ela é capaz de ultrapassar barreiras, ser autossuficiente, de vender seus produtos e ganhar seu dinheiro, subsidiando suas famílias. O Sebrae, em parceria com a Semas, ultrapassa fronteiras para promover capacitações por todo Pará,” ressaltou Andreia Alves, Analista Técnica do Sebrae.

Uma das agricultoras beneficiadas pelo programa é Darlene Pereira de Souza, de 30 anos. Ela, que mora a 30 quilômetros da cidade de São Félix do Xingu, na colônia Maguari, decidiu começar a trabalhar por incentivo e inspiração da sogra. Juntas, encontraram na produção de polpas de frutas uma forma de conseguir ter uma independência financeira. “A melhor coisa é a gente ser independente, ter o nosso próprio dinheiro e conseguir comprar nossas coisas. Mulher é assim. A gente quer ter tudo,” diz Darlene.

Tina DeBord – com informações da Semas

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