Nascido em Belém do Pará, em 19 de fevereiro de 1954, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira fez valer seu nome emprestado ao filósofo grego em sua postura como jogador. Apesar de paraense, mudou-se para Ribeirão Preto aos seis anos, onde defenderia o Botafogo local, a partir dos 15 anos. Enquanto desenhava sua carreira de jogador, Sócrates seguia as determinações de seu pai e estudava medicina, na USP, de onde saiu com o diploma.
Só depois disso veio a se dedicar integralmente ao futebol, no qual começou a se destacar em 1976, como artilheiro do Paulistão, mercando 15 gols. Passou a vestir a camisa do Corinthians em 1978, por intermédio do lendário presidente do clube, Vicente Matheus. Atuou ao lado de Casagrande, Wladimir e Zenon e notabilizou-se pelo refinado toque de bola, muitas vezes de calcanhar. Tornou-se ídolo da Fiel, realizando 298 jogos pelo Corinthians, marcando 172 gols.
Daí para a seleção brasileira foi um pulo. Formou aquela que é apontada até hoje, por muitos, como a melhor seleção do mundo, formando ao lado de Toninho Cerezo, Falcão e Zico, além de Leandro, Junior, Eder e tantos outros craques, sob o comando do respeitado Telê Santana. Curiosamente, por uma ironia do destino, faltou o título de campeão mundial.
No Timão, foi o líder da chamada “Democracia Corintiana”, conquistando três títulos estaduais (1979, 1982 e 1983), ficando no clube por seis anos. Na Itália, onde defendeu a Fiorentina, atuou apenas por uma temporada, não se adaptando ao clube. Atuou 25 vezes, marcando seis gols. Em seguida, voltou ao Brasil para defender o Flamengo, em 1985. Atuou ao lado de Zico, mas foram poucas partidas (três no total), muito em razão de uma série de lesões, dele e do Galinho.
Saiu do clube da Gávea em 1987, mudando-se para a Vila Belmiro. Aos 34 anos, não tinha mais aquele vigor que o destacou no Corinthians e não conseguiu se destacar como antes. Marcou sete gols em 23 partidas. Encerrou a carreira no Botafogo, para onde voltou em 1989. Disputou apenas sete partidas e despediu-se do futebol profissional no dia 26 de novembro, atuando por 45 minutos em um amistoso contra o Itumbiara, num adeus melancólico que, no entanto, não tirou o brilho de sua contribuição para o esporte no Brasil.
Títulos:
Campeão da Taça Cidade de São Paulo (Botafogo-SP) 1977.
Campeão Paulista 1979, 1982 e 1983 (Corinthians).
Taça Rio e Campeonato Carioca (Flamengo)
Participações em Copa do Mundo:
Copa da Espanha em 1982 e Copa do México em 1986
O ex-jogador morreu às 4h30m da madrugada de domingo (4), em consequência a um choque séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e era pai de seis filhos, sendo irmão do ex-jogador Raí. O corpo de Sócrates será velado em Ribeirão Preto, cidade onde cresceu. O enterro deve ocorrer às 17h no cemitério Bom Pastor.
Sócrates estava internado desde quinta-feira (1) à noite, depois de ter se sentido mal durante o jantar. O quadro clínico dele chegou a apresentar leve melhora neste sábado, graças a um antibiótico mais potente, que fez regredir o quadro de infecção intestinal. Mas os médicos já vinham alertando que o caso dele era grave. Sócrates estava sedado na UTI, respirando por aparelhos e passando por tratamento dialítico, que consiste na remoção do excesso de líquidos e substâncias prejudiciais acumuladas no organismo do paciente renal crônico. A expectativa era que ele permanecesse em observação por pelo menos 72 horas.
1 comentário em “Sócrates, brasileiro!”
Mais um paraense ilustre que vai deixar saudades.
Descance em Paz, Doutor!