Se reajuste salarial valesse hoje, folha de Parauapebas subiria para R$ 1,3 bi

“Régua” de correção de salários no país, INPC encerrou outubro em 6,46% para período de 12 meses corridos. Município banca ao todo 13 mil servidores nos poderes Executivo e Legislativo

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Nesta quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da inflação de outubro, medida pelos indicadores oficiais IPCA e INPC, e o Blog do Zé Dudu partiu para calcular o impacto, notadamente deste último, sobre as contas do município de Parauapebas, que atualmente está com seu gestor, o prefeito Darci Lermen, afastado do cargo pela justiça em razão do elevado número de contratação de pessoal temporário.

O IPCA, que é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, é considerado o índice oficial da inflação do país e mede o preço de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento mensal de até 40 salários mínimos. Já o INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, mede a inflação aplicada aos salários, como baliza para reajuste, e é restrito às famílias com rendimento mensal de até cinco salários mínimos, não sendo tão amplo nesse aspecto quanto o IPCA.

O INPC tem grande intimidade com o funcionalismo público de Parauapebas porque o índice, considerando-se o período de 12 meses, é utilizado nas mesas de discussão que tratam de reajuste salarial entre o governo municipal e os sindicatos que representam os trabalhadores do serviço público.

Na divulgação desta quinta, o INPC acumulado em um ano ficou em 6,46%, logo, se a discussão sobre a recomposição salarial para 2023 fosse fechada hoje, os salários dos atuais 13 mil servidores públicos municipais — nisso inclusas a prefeitura, a câmara e a autarquia de água e esgoto — seriam revisados pelo menos nesse índice.

Na prática, a despesa com pessoal do município de Parauapebas, atualmente em R$ 1,124 bilhão para o período de 12 meses corridos, seria acrescida de um impacto de R$ 72,63 milhões, o que elevaria o gasto total com o funcionalismo público para algo em torno de R$ 1,3 bilhão, isso desde que mantida a mesma quantidade de servidores de hoje e contra a qual a justiça ordenou medidas de redução escalonada, no sentido de reduzir a folha de pagamento.