Seca e queimadas provocam queda da produção de leite na região de Parauapebas

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Nos últimos anos houve um aumento significativo do rebanho bovino de Parauapebas e região, seguindo uma tendência de crescimento em todo o Estado do Pará, e, em especial, da região do Xingu. Apesar desse aumento no rebanho, em 2015, a produção de leite já é menor do que a do mesmo período do ano passado, e o desenvolvimento da boiada também é mais fraco, segundo os criadores locais.

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Esse resultado negativo se deve à escassez de pasto para alimentar todo esse rebanho, que segundo apuramos, além da implantação de pastagens não ter acompanhado esse aumento, o município ainda sofre com a falta de chuvas que têm castigado a região. Como resultado temos uma boiada cada vez mais magra e uma queda considerável na produção do leite.

Em algumas propriedades que visitamos os criadores informaram que estão fazendo o que podem para tentar manter a produção, mas não tem sido fácil e a maioria já está diminuindo o rebanho leiteiro por falta de pasto para alimentá-lo.

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Encontramos também propriedades onde criadores estão garantido a alimentação com mandioca e raçoes na tentativa de diminuir os prejuízos com a queda na produção do leite. “Estamos dando mandioca, milho e rações para as vacas leiteiras. Ficam mais tempo presas do que o normal também. Infelizmente a nossa produção continua caindo. Esperamos que a situação melhore, que caiam as chuvas, senão, teremos que parar definitivamente de trabalhar com o gado leiteiro aqui”, disse Laercio Bastos, criador de Parauapebas.

Queimadas

Além da escassez de chuvas para as pastagens e o aumento do rebanho, outro fator tem sido determinante para os problemas dos criadores: a grande quantidade de queimadas que muitas vezes destroem o pouco pasto que restou nas propriedades e põem o rebanho em risco ainda maior. Grande parte destas queimadas são feitas por colonos a fim de renovar os pastos. Outra é resultado de situações já conhecidas como as bitucas de cigarros jogadas à margem das estradas vicinais, por exemplo. O fato é que muitas vezes se perde o controle dessas queimadas e o pouco pasto que sobrou se transforma em cinzas, o que aumenta o drama dos criadores.

Ouvimos também diretores de laticínios da região, que garantiram que não haverá prejuízos no setor nem problemas no abastecimento do mercado. Estas empresas, que consideram a situação instável até o momento, contam com técnicos que acompanham os produtores e traçam estratégias para evitar o desabastecimento.

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Segundo Horácio Martins, secretário de agricultura de Parauapebas, a prefeitura de Parauapebas, através da Sempror, vem, desde o início do governo Valmir Mariano, fazendo recuperação das pastagens na tentativa de fortalecer a bacia leiteira do município. Martins afirmou que a Sempror vem gradeando, fazendo análises de solo, aplicando calcário e, em certos sítios, até piqueteando e irrigando as pastagens. “Os técnicos da Sempror estão diariamente na Zona Rural, ao lado do produtor, para levar até eles o conhecimento, já que atualmente o aumento da produção com baixo custo é o objetivo. Quanto menor for o custo para o produtor, este terá um maior saldo no fim do ano, podendo aplicar esse dinheiro em sua propriedade ou em benefício de sua família”, concluiu o secretário.