Por Ulisses Pompeu – de Marabá
Bem antes de completar dois meses no cargo, a secretária de Saúde de Marabá, Juliana Aparecida Versiani de Souza, pediu para sair. Segundo pessoas próximas a ela, o “arrocho” foi grande e não aguentou a pressão do cargo neste final de governo, com problemas de toda sorte se acumulando. Juliana substituiu o experiente servidor de carreira Geraldo Brito, que deixou o cargo pelos mesmos motivos.
Dos hospitais vêm os maiores dilemas de um secretário de saúde de Marabá. Desde a noite desta terça-feira, 8, os cinco médicos clínicos que deveriam estar trabalhando no Hospital Municipal de Marabá (HMM) não compareceram ao local. Eles são contratados da Humanitar, empresa que presta serviços para o município, mas que alega que não vem recebendo e que não pode continuar os serviços.
Uma enfermeira lotada no HMM enviou uma longa mensagem de desabafo à Reportagem do blog nesta quarta-feira, pedindo divulgação do estado em que se encontra aquela unidade de saúde, a maior do município e por onde passam diariamente mais de 500 pacientes e acompanhantes.
“Nós, da enfermagem, já estamos preocupados porque a direção não toma nenhuma posição. Estão difíceis as coisas hoje aqui para nós”, contou por Whatsapp.
Além da ausência dos cinco médicos clínicos, a enfermeira informou que há duas semanas o HMM está sem pediatra. Dos cinco médicos da Humanitar, um deveria estar no Pronto Socorro, um na Unidade de Cuidados Especiais, outro na sutura e dois no ambulatório.
Já os especialistas, que são servidores de carreira do município, estão trabalhando normalmente. Cirurgiões e ortopedistas estavam até o final do dia no hospital.
A mesma enfermeira do HMM disse que há falta de água mineral, papel, sacos de lixo e que o lixo contaminado não é recolhido há vários dias, deixando o hospital rodeado de moscas.
Ainda na terça-feira, dia 8, os médicos Janice do Socorro Silva e Valconci Pereira da Silva foram à Delegacia Regional, na Folha 30, registrar Boletim de Ocorrência, informando que a partir das 19 horas de ontem, quando saíram do plantão no HMM, nenhum médico da Humanitar se apresentou para assumir o serviço e que o hospital ficou descoberto. Segundo eles, durante o dia o serviço é de responsabilidade da Prefeitura de Marabá, mas os plantões noturnos, a partir de 19 horas, são da Prefeitura.
Janice e Valconci disseram que informam o ocorrido para os diretores clínico e técnico do HMM, Marcelo Bonfim e Marlúcia, respectivamente.
Em nota enviada ao blog, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá informou que “a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está tomando providências urgentes a fim de regularizar a situação para que os pacientes do Hospital Municipal de Marabá não venham a ser penalizados com a falta de profissionais”.
Em relação ao lixo infectante que está acumulado há alguns dias, a Ascom informou que “a empresa responsável pelo recolhimento do lixo está com vários caminhões com defeito, na oficina, e espera que a situação seja normalizada nos próximos dias para seguir com a coleta normal”.