A Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá recebeu, na manhã desta quarta-feira, 16 de agosto, na Sala das Comissões da Câmara Municipal, o secretário de Estado de Desenvolvimento, Mineração e Energia do Pará, Paulo Maestri Bengston.

De acordo com o vereador Miguel Gomes Filho, presidente da Comissão, a principal missão do encontro foi aproximar as autoridades locais e empresários do alto escalão do governo do Estado, visando discutir problemas que afetam o setor produtivo e o desenvolvimento econômico em Marabá e região.

O parlamentar ainda destacou que é necessária a criação de um canal direto de diálogo e com uma agenda para os empresários de Marabá. “É muito raro a gente conseguir uma agenda em Belém”, criticou o vereador.

João Tatagiba, presidente da Associação Comercial de Marabá (ACIM), frisou que a entidade respira desenvolvimento. “Algumas questões são básicas, que atrapalham o desenvolvimento. A ideia da gente é literalmente interiorizar a atuação desses órgãos estaduais”.

Problema recorrente e que esteve presente em todos os discursos, a questão fundiária do Distrito Industrial de Marabá foi central no debate. Tatagiba disse ser preciso retomar a discussão e resolução da questão. O empresário Ítalo Ipojucan falou em repovoar e melhorar a acessibilidade do local, com o aproveitamento das grandes áreas que estão em desuso. “As novas indústrias pleiteiam áreas de 10, 20 mil metros e não de 40 hectares. A nossa estruturação a é de sempre sermos um braço do estado que consolide novos modelos e a nossa base de produção”.

Ian Correia, vice-presidente do Grupo Aço Cearense, detalhou que a Sinobras produz, atualmente, aço para todo o Brasil. O industrial disse que a empresa está mais que dobrando sua produção em Marabá, saindo de 350 mil para 850 mil toneladas por ano. “Temos três empresas que querem se instalar em Marabá hoje, e não temos terrenos para acomodar”.

Ele ainda ressaltou que 100% da produção da Sinobras são escoadas pela rodovia e que com a duplicação esse fluxo deve aumentar ainda mais. “Não temos como escoar por rio ou trem, por exemplo, mesmo tendo potencial para esses modais”, lamenta Ian.

Por fim, na visão de Corrêa, é preciso que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento se dedique um tempo para conhecer a realidade e os problemas que existem em Marabá, uma das cidades mais pujantes do Pará. “Temos de objetivar o que queremos para melhorar o desenvolvimento da região e desta cidade”, sintetizou.  

O secretário Paulo Bengston opinou que ninguém consegue administrar um Estado tão grande sem que haja pessoas trabalhando juntas. “Os problemas que acontecem em Marabá serão diminuídos se os setores produtivo e público estiverem bem”.

Bengston antecipou que a interiorização da Sedeme é um projeto dele e que no final deste ano ou início de 2024, Marabá vai sediar um polo de mineração da secretaria. “Entendo que não dá para ficar centralizado em Belém”, afirmou.

Sobre os dilemas do Distrito Industrial, Bengston lembrou que a administração do espaço é de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec) e que é preciso uma junção de esforços para a resolução do problema, visando melhorar a atividade econômica da área, abrindo espaço para novas empresas. “Precisamos qualificar os jovens para os setores que são naturais de Marabá, como a mineração, por exemplo, com ampliação de vagas e investimentos. A região do Carajás está crescendo muito. Vocês experimentaram um crescimento em 20 anos muito maior do que nos últimos 100. Agora precisamos correr atrás de resolver os problemas que existem aqui”, reconheceu.

Após a reunião na Câmara, o grupo se deslocou até o Distrito Industrial para visita à Sinobras e Correias Mercúrio.