O governo do estado avança nos debates sobre o Projeto Ferrovia do Pará. Desde o dia 18 deste mês, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) realiza uma intensa agenda com audiências para tratar e debater o projeto.
A comitiva já passou por 11 dos 12 municípios que fazem parte do projeto da ferrovia. São eles: Marabá, Paragominas, Bom Jesus do Tocantins, Ipixuna do Pará, Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Dom Eliseu, Moju, Tomé-Açu, Barcarena, Tailândia e Acará.
De acordo com a Sedeme, as audiências servem para debater, junto às prefeituras e demais autoridades políticas e representantes da sociedade civil, alterações, contribuições reavaliações do projeto, que prevê uma extensão de 515 km do tronco principal da ferrovia, que passará por estes municípios. O governo enfatiza que as prefeituras e o setor produtivo de cada município estão com grandes e boas expectativas para o desenvolvimento social e econômico de cada localidade com a construção do empreendimento.
Em Paragominas, o setor do agronegócio prevê um grande impulsionamento com a nova logística que a estrada de ferro irá oferecer. “Com certeza vai beneficiar muito o transporte de cargas, com o baixo custo do frete e a logística para chegada em postos exportadores. Tenho certeza que a classe empresarial, com a possibilidade de ter de volta uma ferrovia que nos leve a outras localidades, vai se animar também”, acredita o prefeito de Paragominas, João Lucídio Lobato Paes.
Com o rápido avanço do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, o governo do estado trabalha para que a obra tenha os devidos cuidados com o meio ambiente e respeite toda a legislação. Segundo o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, o projeto será um grande gerador de desenvolvimento econômico no estado.
“Esse projeto é único, é completo e de grande importância para nós. Ele vai melhorar o transporte de minério, de cargas gerais e grãos, além de possibilitar o transporte de pessoas. É claro que a gente ainda está resolvendo algumas questões referentes a exigências legais e administrativas para que todo o projeto flua dentro da lei e o estado, como um todo, receba a ferrovia e os benefícios econômicos e sociais que a população desses municípios merece”, ressalta Carlos Ledo.
Com a realização da obra da Ferrovia do Pará, alguns municípios do interior deverão receber terminais multimodais para o escoamento da produção de minério e grãos, respectivamente. De acordo com a Sedeme, a terceira fase do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) vem evoluindo rapidamente.
O estudo avalia a viabilidade do tronco principal do projeto, que vai passar pelos 12 municípios. Para o secretário da Sedeme, José Fernando Gomes Júnior, a expectativa é que a ferrovia promova, principalmente, o escoamento de produtos e a verticalização da indústria paraense.
“A importância da ferrovia vai do transporte, tanto do minério, quanto para cargas gerais e de passageiros. O nosso grande desafio, dentro de todo o rigor da legislação ambiental, que a Semas sempre faz de uma forma célere e competente, é começar as obras no primeiro semestre do ano que vem, com o prazo de duração de três anos. Vamos acompanhar esse licenciamento e, sem dúvida, teremos geração de emprego e renda”, afirma o secretário.
Terminais: Em Paragominas, a expectativa é de que seja construído um terminal multimodal na região do Capim, visto que houve um crescimento significativo na produção de grãos na cidade. Se confirmada, a obra vai tornar ainda mais competitiva a produção de sementes na região.
Já no município de Marabá vai ocorrer a conexão entre a nova Ferrovia e a Ferrovia Ferro Carajás. Cerca de 64 km da conexão em Bom Jesus do Tocantins devem chegar à cidade, que poderá receber carga dos cerca de 140 km de extensão da Ferro Carajás, podendo ir até o sul do Pará.
Com a conexão com a Ferro Carajás, o tronco principal da Ferrovia estará conectado à malha ferroviária nacional, chegando a Açailândia, que fica a cerca de 124 Km de Bom Jesus do Tocantins e podendo avançar e receber cargas do Sul do Brasil.
Eixo Sul da Ferrovia- A viabilidade do traçado de Marabá até Santana do Araguaia, no extremo sul do Pará, desde o primeiro projeto foi condicionado ao aumento da produção de grãos no sul do estado e ao crescimento da atividade mineradora, visto que as 16 minas que existem ao longo do trajeto serão exploradas futuramente.
A partir da finalização do projeto executivo do tronco principal da Ferrovia é que poderá ser feita a chamada pública para a obra. Os municípios de Marabá, Bom Jesus do Tocantins, Paragominas e Barcarena devem receber os terminais multimodais para recepção de cargas.
Outros municípios que demonstrarem viabilidade técnica e econômica poderão ser incluídos no projeto. Em julho deste ano, a equipe de governo foi sabatinada pelos vereadores e população de Bom Jesus do Tocantins, onde deverá ser implantado o ‘Marco Zero’ da futura Ferrovia do Pará.
Tina DeBord