Segundo turno: Agregador de dez pesquisas aponta empate técnico na disputa presidencial

Os levantamentos não são conclusivos e cenário pode mudar no dia da eleição

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Brasília –Na última semana de campanha eleitoral, 11 institutos de pesquisa divulgam os últimos levantamentos da intenção de votos à Presidência da República. O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, pode estar até um ponto percentual à frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cinco dias do segundo turno das eleições. É o que se conclui da análise de dez pesquisas de intenção de voto divulgadas na semana passada e computadas pelo agregador de uma das maiores empresas do mercado financeiro.

O resultado aponta para uma disputa voto a voto do eleitor. Para chegar a esses números, a ferramenta agregou as dez pesquisas divulgadas na semana passada: Ipec, CNT/MDA, Ipespe, Datafolha, PoderData, Quaest, Paraná Pesquisas, Ideia, ModalMais e Veritá.

Eventuais impactos sobre as pesquisas devem ser notados somente mais para o meio da semana com novos levantamentos a serem divulgados até o sábado (29), véspera do segundo turno.
Não haverá divulgação de pesquisas de “boca de urna”, ou seja, no dia do segundo turno, no domingo (30).

Confira o calendário de pesquisas esperadas para os próximos dias.

• 24/10 (segunda-feira): Ipec• 25/10 (terça-feira): Abrapel/Ipespe
• 26/10 (quarta-feira): Atlas; Quaest
• 27/10 (quinta-feira): Datafolha• 29/10 (sábado): Ipec; Datafolha; Atlas; Quaest

Resultados

Bolsonaro no seu melhor cenário bate Lula em seu pior cenário (total de respostas agregadas de 10 pesquisas – em total de respostas)

No seu melhor cenário, Bolsonaro contaria com 46,73% das intenções de voto, acima dos 45,72% do pior cenário de Lula. No cenário básico, contudo, o petista lidera, com 47,77% das menções, ante 44,82% do ex-capitão. Ainda neste cenário, brancos e nulos somam 5,33%, e os indecisos, 2,08%.

Bolsonaro X Lula: em porcentagem de respostas (agregado de 10 pesquisas)

De acordo com a empresa que desenvolveu o agregador, como cada instituto trabalha com amostras e margens de erro distintas, o primeiro passo foi somar todas as amostras. Com isso, no agregado, as pesquisas ouviram um total de 27.056 eleitores nos últimos dias. É claro que é impossível determinar se houve sobreposições, isto é, se uma mesma pessoa foi ouvida por dois ou mais institutos. Por isso, a empresa assumiu que cada indivíduo foi entrevistado para uma única pesquisa.

Em seguida, a empresa decompôs cada amostra em número de respondentes, a partir do percentual de cada opção (Lula, Bolsonaro, brancos e nulos, e indecisos). A ModalMais e a Veritá não discriminaram brancos, nulos e indecisos. Por isso, para estes dois institutos, optou-se por agrupar esses casos numa única rubrica (brancos e nulos).

O passo seguinte foi determinar a variação de cada instituto, considerando-se a margem de erro para mais e para menos, e estimar quantas pessoas votariam nos candidatos, considerando-se o pior cenário (cenário básico menos a margem de erro), e o melhor cenário (cenário básico mais a margem de erro).

Veja os números de Lula

Lula (continuação)

Cumpridas estas etapas, a ferramenta agregadora somou todos os respondentes de cada coluna. Assim, foi possível comparar uma amostra agregada de eleitores de Lula e Bolsonaro com o total de entrevistados pelos dez institutos (os tais 27.056 participantes). Também foi possível estimar o mesmo para o pior e o melhor cenário de cada um, considerando-se a variação da margem de erro para mais ou para menos.

No total das dez pesquisas, Lula contou com 12.924 apoiadores no cenário básico. Quando se considera a margem de erro, a faixa do petista oscila entre 12.370 menções e 13.478.

Veja os números agregados de Bolsonaro

Bolsonaro (continuação)

No caso de Bolsonaro, das 27.056 entrevistas realizadas pelas dez pesquisas, 12.127 foram favoráveis ao presidente. Quando se considera a margem de erro, sua faixa oscila entre 11.573 menções e 12.642 menções. Assim, seu melhor cenário ultrapassa o pior cenário de Lula, de 12.370 citações.

Somente no cenário básico, foi possível arredondar a soma para 100%. Isto, porque a composição dos demais cenários não pode ser determinada com tal precisão. No melhor cenário de Bolsonaro, por exemplo, 46,73% de votos, Lula pode tanto aparecer em seu pior momento (45,72%) ou em algum ponto intermediário. Tudo dependerá de como se comportariam brancos, nulos e indecisos neste caso.

Brancos, nulos e indecisos aumentam incerteza de resultado

Estatisticamente, seria possível, inclusive, que ambos estivessem no topo da margem de erro, com Lula totalizando 49,82% das menções, Bolsonaro com 46,73%, e uma taxa residual de brancos, nulos e indecisos de apenas 3,45%.

Veja os números agregados de brancos e nulos

Na outra ponta, o petista e o ex-capitão poderiam, igualmente, estar no piso da margem de erro, com 45,72% e 42,77%, respectivamente. Neste caso, brancos, nulos e indecisos somariam 11,51% da amostra.

Outra constatação é que, no agregado das dez pesquisas da semana passada, a margem de erro de Lula é maior que a de Bolsonaro. Os números do ex-presidente podem oscilar, na média, 2,05 pontos percentuais para mais ou para menos. Já os de Bolsonaro oscilam 2,05 pontos para menos, e apenas 1,91 ponto para mais.

Mais do que cravar uma virada de Bolsonaro, o que a análise agregada das pesquisas mostra é que o presidente ainda se mantém competitivo, a uma semana da realização do segundo turno das eleições, no próximo domingo (30). Até que o resultado das urnas seja conhecido, ninguém baixará a guarda, seja na campanha petista, seja na bolsonarista.

Veja os números agregados de indecisos

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.