Brasília – A agenda da semana dos candidatos à Presidência da República será fechada com a participação, já confirmada, no primeiro debate do segundo turno, de quatro programados, e que será transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão, em São Paulo, no próximo domingo (16), com início previsto para às 20h. A expectativa é de enfrentamento com direito a pugilato verbal entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que as pesquisas continuam apontando como favorito, e o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
O comando de campanha de Bolsonaro está elaborando estratégias para tentar irritar Lula, a ordem é “ir para cima” do petista, que neste domingo disse que colocaria repelente no corpo para evitar mordidas de Bolsonaro.
Está sendo lapidadoapela equipe de Jair Bolsonaro a linha mestra do presidente no confronto contra Lula: tentar irritar o petista ao máximo, especialmente nas perguntas.
Os estrategistas de Bolsonaro analisaram com detalhes o debate do primeiro turno na TV Globo, e a campanha comemorou o resultado da estratégia de terceirizar ataques para o candidato do PTB, Padre Kelmon, que conseguiu irritar Lula em uma pergunta sobre corrupção — tema que Bolsonaro vai explorar para descredenciar a moral do petista.
Os estrategistas de Bolsonaro acham que Lula se irrita com facilidade e consideram que os debates fornecerão ao presidente as maiores chances de tentar produzir momentos constrangedores para o petista, para serem distribuídos nas redes.
Como a melhor estratégia é o ataque, a equipe de Bolsonaro está finalizando uma linha de respostas para neutralizar os ataques que Lula também vai desferir ao oponente.
As regras para o embate ainda não estão completamente fechadas, mas por ora o tempo destinado às perguntas está acordado em 45 segundos.
Isso é mais do que o reservado no debate da Globo, de 30 segundos, e menos do que a proposta com que se chegou a trabalhar no início, de 1 minuto.
Em Belo Horizonte, no domingo (9), uma semana após o primeiro turno, Lula também se mostrou disposto a provocar Bolsonaro. “Eu ainda vou ter dois debates com o genocida”, disse o petista. “E eu vou colocar muito repelente no corpo com medo de uma mordida”, completou. “Ele disse numa entrevista para o jornal norte-americano NY Times que ele teria coragem de comer carne de índio. E, se ele pensar em dar uma mordida no pernambucano, ele vai morrer envenenado”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou retirar das redes sociais do petista, uma gravação antiga, que foi editada e retirada de contexto, na qual Bolsonaro fala sobre o tema.
O petista disse ainda que espera que Bolsonaro não leve mentiras para o debate, não levar provocações baratas. “Vai ser o dia em que o povo vai ter que escolher entre o bem e o mal, entre a paz e a guerra, entre a solidariedade e o ostracismo.”
Na campanha do presidente da República, o que se diz é que Bolsonaro por pouco não perdeu a eleição no primeiro turno, e agora não pode vacilar. De fato, se Lula tivesse tido 1,7% dos votos a mais, teria vencido as eleições.
Agora, que acham que tem chances de virar o jogo, os aliados do presidente estão buscando os meios para isso. A coordenação da campanha de Lula, informou que, em princípio, ele só pretende participar desse primeiro e do último debate.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.