Os movimentos de luta pela reforma agrária estão antecipando as jornadas de invasões de terras este ano. O objetivo é pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recuperar, no último ano de governo, os números que consideram modestos de famílias assentadas. No sábado, cerca de 60 integrantes da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) invadiram, numa única ação, duas fazendas em Agudos, no centro-oeste do Estado.
De acordo com a Polícia Militar, o mesmo grupo, procedente de acampamentos da região, se dividiu para ocupar as fazendas Cabreúva e Nossa Senhora Aparecida, localizadas na rodovia que liga a cidade de Agudos ao distrito de Domélia. Eles cortaram as cercas e iniciaram a montagem de barracos.
As lideranças do movimento disseram que as áreas foram consideradas improdutivas e estariam em processo de desapropriação pelo Incra. As duas fazendas foram invadidas em 2009 pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). A Cabreúva também já tinha sido ocupada pelos integrantes da Feraesp. Os invasores deixaram o local no penúltimo dia do ano passado. De acordo com a PM em Agudos, o clima na área era tranquilo ontem. Os proprietários tomaram providências na Polícia Civil para entrar com pedido de reintegração de posse na Justiça.
O MST quer antecipar a jornada de lutas pela reforma agrária por causa do calendário eleitoral. "Teremos um ano curto para cumprir nossas tarefas. É um ano de eleições nacionais e de Copa do Mundo, que envolvem toda a sociedade brasileira", afirmou Joba Alves, da coordenação nacional, em balanço publicado no site do MST.
O líder considerou que 2009 foi o pior ano em conquista de assentamentos, pois o governo praticamente não teria assentado famílias. Segundo ele, este ano o movimento vai fazer "uma boa jornada de lutas em março e abril para manter as reivindicações na ordem do dia". Normalmente, a jornada de lutas só é deflagrada com o "abril vermelho".
O líder José Rainha Júnior também acompanha o calendário eleitoral e concentra em fevereiro as ações de seus grupos, dissidentes do MST e ligados a sindicatos de trabalhadores rurais. Ele promete uma jornada de invasões durante o chamado "carnaval vermelho".
Cerca de 50 integrantes do MST acamparam, no sábado, na margem da rodovia estadual que liga as cidades de Coronel Macedo e Itaporanga. Eles estão nas imediações de uma fazenda vistoriada pelo Incra e que teria sido considerada improdutiva.
Fonte: Estadão
1 comentário em “Sem-terras antecipam invasões no ano eleitoral”
Gostaria de chamar a atenção das autoridades para o que está acontecendo em nosso Município.
no CEDERE I, vs 17 tem uma fazenda invadida há mais de três anos, com o processo na justiça para reintegração de posse. Sabe-se que as pessoas que invadiram essa fazenda 98% não estão mais lá, pois venderam seus supostos direitos da terra para comerciantes aqui de Parauapebas. Sabe-se também, que as pessoas que ainda estão lá, vem de outras invasões, onde já receberam terras do INCRA, através de desapropriações, porém colocaram em nome das esposas ou em nome de parentes e já planejam conseguir mais terras em futuras invasões. Será que as autoridades não veem isso. Será que antes de dar terras para essas pessoas, não teriam que fazer uma investigação da vida delas, para saber se realmente precisam da terra ou vivem de cometer esses crimes?
É um absurdo o que acontece hoje em nosso país?. desafio qualquer um a fazer uma visita em qualquer assentamento, em qualquer lugar do país, verão que mais de 90% dos assentados já venderam suas terras, a preço de banana, após pegarem os financiamentos do governo para investirem na produção. Isso é a realidade histórica em nosso país.