Semed é bombardeada de requerimentos em sessão na Câmara de Parauapebas

Em duas sessões, Secretaria Municipal de Educação acumula quatro pedidos de esclarecimentos, com destaque para as solicitações da sessão desta terça, quando vereadores pediram informações sobre infraestrutura escolar, contratos, empenhos, merenda, armazenamento e distribuição desta

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O tempo fechou para a Secretaria Municipal de Educação (Semed). Não bastasse um início de ano turbulento, marcado pelo adiamento do ano letivo, com volta às aulas recheada de críticas nas redes sociais, a Câmara decidiu pautar atos administrativos da pasta, particularmente licitações e contratos, por falta de transparência. Os vereadores estão sinalizando que a secretária Maura Paulino não terá vida fácil à frente do cargo e que poderá enfrentar complicações perante órgãos de controle externo e judiciário. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Em apenas duas sessões legislativas, a Semed acumula contra si quatro requerimentos solicitando informações diversas, sendo uma proposição apresentada na semana passada pelo vereador Zé do Bode e três na sessão desta terça-feira (25) de autoria dos parlamentares Alex Ohana (uma) e Maquivalda Barros (duas).

Sem rodeios, Ohana requereu à Semed relatório situacional acerca das condições da infraestrutura dos estabelecimentos de ensino recebidos pela gestão do prefeito Aurélio Goiano e, a partir disso, cobrou justificativa plausível para decisão de prorrogação do início das aulas. No mesmo Requerimento nº 9/2025, o vereador solicitou um demonstrativo dos débitos da Semed existentes até 31 de dezembro de 2024, bem como o detalhamento de contratos e empenhos já sob o comando da atual administração da secretaria, “tendo em vista que essas informações ainda não estão disponíveis no portal da transparência”.

Contrato da merenda

Por seu turno, a vereadora Maquivalda apresentou os requerimentos 12/2025 e 14/2025 direcionados à Semed. No primeiro, a parlamentar busca obter informações sobre o polêmico contrato nº 20250191, que diz respeito ao fornecimento da merenda às escolas da rede pública municipal de ensino. Originado por dispensa de licitação e no valor de R$ 14,744 milhões, o contrato com a empresa Impacto Comércio de Produtos Perecíveis e Transporte Ltda já havia sido alvo de questionamentos da parlamentar nas redes sociais, e agora ela busca verificar se a aquisição está em conformidade com a Lei Federal nº 14.133, de 2021, a conhecida Lei de Licitações e Contratos.

Na proposição, Maquivalda pede à Semed documentos relacionados à justificativa de contratação; caracterização da emergencialidade que motivou a dispensa de licitação; razão da escolha do fornecedor; justificativa do preço; manifestação da área técnica com parecer jurídico; contrato firmado e eventuais aditivos. “A solicitação visa assegurar se a contratação foi realizada em conformidade com a legislação vigente, garantindo que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente e transparente”, explica a vereadora.

Armazenamento da merenda

Não achando suficiente, Maquivalda Barros emendou outro requerimento à Secretaria Municipal de Educação no âmbito do tema alimentação escolar: desta vez, cobrando informações tanto à pasta quanto à empresa Impacto sobre as condições de armazenamento, separação e distribuição da merenda às escolas, segundo ela, “inadequadas”.

A vereadora denuncia que os itens da merenda estavam estocados em um galpão localizado no Bairro Paraíso, onde antes funcionava uma academia. Ela diz que decidiu visitar o local e encontrou um cenário alarmante. “Os alimentos estavam sendo armazenados e separados sem qualquer tipo de refrigeração adequada, em condições insalubres, o que representa grave ameaça à qualidade e à segurança alimentar dos estudantes”, revela Maquivalda.

De acordo com ela, o panorama caracteriza “flagrante descumprimento” de normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) relativas às condições sanitárias de armazenamento de alimentos, assim como inobservância de lei complementar municipal que estabelece o Código Sanitário de Parauapebas, cujas normas regulamentam localmente os serviços de armazenamento, transporte e distribuição de produtos perecíveis.

“As irregularidades evidenciadas violam diversos princípios da administração pública, especialmente o princípio da transparência, sendo essencial que se adotem a devida apuração e a correção dessas falhas”, destaca a vereadora. Todos os requerimentos dela e o do vereador Alex Ohana foram aprovados sem qualquer objeção.

2 comentários em “Semed é bombardeada de requerimentos em sessão na Câmara de Parauapebas

  1. João Batista Responder

    Pela primeira vez na história de Parauapebas estou vendo veriadores saírem da moita, só falta andar pela cidade e ver a buraqueira e a lixaiada que o bom prefeito deixou.

  2. Maria Responder

    E a tendencia é piorar , a secretária é inapta pro cargo , despreparada e cercada de gente incompetente igual .

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