O senador Paulo Rocha (PT-PA) voltou a criticar a proposta de Reforma da Previdência (PEC 6/2019). Contra a reforma, Rocha destacou que o Brasil tem um longo passado escravagista que ainda não enfrentou sequer as desigualdades que existem no País há séculos e disse que a proposta do governo “passa longe de uma solução do problema”.
O prazo de cinco sessões previsto no regimento do Senado para a votação da Reforma da Previdência foi aberto na terça-feira (10). A primeira sessão temática a tratar do tema contou com a participação de especialistas favoráveis ou contrários à proposta.
O secretário do Ministério da Economia, Rogério Marinho, um dos articuladores da reforma, pelo lado do governo federal, disse que a gestão Bolsonaro projeto uma economia de R$ 876 bilhões nos próximos dez anos caso a proposta seja aprovada.
O economista Eduardo Fagnani reconhece a necessidade de ajustes nas regras previdenciárias, mas apontou que o projeto atual do governo desconsidera a dramática realidade do mercado de trabalho brasileiro.
Para ele, os milhões de brasileiros desempregados, trabalhadores informais e os que vivem abaixo da linha da pobreza já não contribuem para a Previdência mesmo com as regras atuais. Com as mudanças propostas pelo governo, segundo Fagnani, dificilmente essas pessoas terão proteção previdenciária na velhice.
“O Estado brasileiro já foi descoberto sob o clima da dominação. E, ao longo da sua história, sempre foi dominado, com alguns intervalos de um Estado que pregasse o mínimo de justiça, igualdade e oportunidade para todos. Hoje, o Estado brasileiro, seja qual for o governo de plantão, deve falar do principal déficit do País que é com o povo, principalmente os mais pobres”, discursou Paulo Rocha.
O governo cobra agilidade para votar a proposta. Segundo os aliados de Bolsonaro, a ideia é votar a reforma da Previdência até o dia 10 de outubro.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu, em Brasília
(Com informações da Ascom do Senador Paulo Rocha/PT-PA)