SERRA PELADA

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Nos últimos 15 dias um estranho movimento vem acontecendo para tomar mais uma vez o garimpo de Serra Pelada dos garimpeiros. Na semana passada o Procurador do Estado do Pará, Imbrahim Rocha, fez questão de indicar Luiz Lesse Moura Santos para ser o presidente da Comissão Interventora da Coomigasp.

Luiz Lesse é presidente de uma cooperativa de crédito que empresta dinheiro a juros para funcionários públicos federais em Brasília. Ele teria fortes ligações familiares com um funcionário do MME. A falta de isenção do indicado foi rejeitada por todas as entidades garimpeiras.
Ninguém aceita a indicação do economista e presidente da rentável cooperativa de crédito que opera em Brasília, para ser o presidente da Comissão Interventora da Coomigasp, conforme sentença prolatada pela desembargadora Maria Rita Xavier. E não é birra dos garimpeiros, o nome de Luiz Lesse Moura já é conhecido dos garimpeiros de outros carnavais.
Em 2005, logo depois da fragorosa derrota imposta pelos garimpeiros ao grupo Josimar e Curió, o presidente do sindicato, Raimundo Maligno, em nome de algumas eminências pardas do Ministério de Minas e Energia, à época, fez de tudo para que a diretoria da Coomigasp, comandada por Valder Falcão, aceitasse uma obscura proposta que seria da lavra do presidente do Sincoob Coominagre Executive.
Essa cooperativa de crédito estava disposta a emprestar dinheiro para os garimpeiros desde que a Coomigasp desse como garantia uma parte da mina de Serra Pelada ao banqueiro. Óbvio que a diretoria de Valder Falcão não aceitou a indecorosa proposta levada em mãos por Raimundo Maligno.
Foi a partir daí que o presidente do sindicato resolveu mudar de lado. Começou a conspirar o tempo todo para derrubar a diretoria e impedir que a cooperativa recebesse o Alvará de Pesquisa. Por não ser irresponsável, Valder Falcão pagou caro por sua recusa. Foi brutalmente espancado por sem-terras comandados por Maligno em maio passado.
Agora, o nome da discórdia ressurge novamente, para o espanto da classe garimpeira. Luiz Lesse aportou com toda pompa dentro do gabinete da desembargadora Maria Rita Xavier no ultimo dia 4. Foi levado a tira-colos pelo Procurador Geral do Estado do Pará, Imbrahim Rocha, incumbido de fazer a apresentação.
Luiz Lesse, segundo se sabe, teria todo apoio do governo do Pará, que lhe daria uma superestrutura a ser montada não em Serra Pelada, mas na cidade de Parauapebas, distante 110 quilômetros da cooperativa. Seria uma espécie de “presidente virtual” da Comissão Interventora da Coomigasp, sem ter garimpeiros por perto para não lhe encher o saco.
O seu pró-labore e demais despesas seriam financiadas pelo governo do Estado. Apesar do enorme currículo apresentado pelo capacitado economista Luiz Lesse Moura Santos, ainda assim , a desembargadora Maria Rita Xavier, resolveu ser mais prudente. Ela espera um ofício do ministro Edison Lobão, oficializando ou não o nome, já que não ficou claro para a desembargadora se Lesse é uma indicação do Governo do Estado ou do Ministério de Minas e Energia.

Por conta desse perigo que ronda mais uma vez a Serra Pelada , já se encontram em Brasília, vários líderes garimpeiros e presidentes de entidades representativas da categoria, que querem ser recebidos na próxima segunda-feira pelo Ministro Lobão. As entidades se posicionaram contra a indicação. Ao ministro, os garimpeiros de Serra Pelada irão falar todos por uma boca só: que o nome de Luiz Lesse Moura Santos não é isento e agride frontalmente a importante decisão da fada-madrinha dos garimpeiros Desembargadora Maria Rita Xavier.

Fonte: AGASP

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