O presidente do Conselho de Administração da Colossus Minerals, John Frostiak, disse que a mina de ouro Serra Pelada, no Pará, corre o risco de nunca entrar em operação. Os planos da mineradora eram iniciar a operação na mina entre o final de 2013 e o início deste ano.
Frostiak disse que a empresa tem procurado bancos, financiadores públicos e privados e outras mineradoras para obter empréstimos ou negociar a venda do ativo, mas não teve sucesso até o momento. No início do ano, mineradoras canadenses e da Ásia analisaram o projeto, tendo chegado a enviar representantes para visitar Serra Pelada, mas não houve propostas.
Uma pessoa com conhecimento do assunto disse que o maior risco é a falta de manutenção do que já foi feito. “Sem manutenção, o que já foi feito pode ser perdido em poucos meses”, disse a fonte, que preferiu não ser identificada.
Segundo Frostiak, que assumiu a presidência do Conselho há poucos meses, o projeto sofreu eventos não esperados. “Sucessivas falhas nos equipamentos de bombeamento e dos próprios poços de rebaixamento do lençol freático impediram a estabilização do lençol o que, consequentemente, não permitiu o desenvolvimento das rampas de acesso às zonas mineralizadas [onde está o ouro]. A combinação destes fatores atrasou o início da produção e aumentou os custos de operação.”
A demanda por recursos extras no ano passado questionou se a companhia seria capaz de começar a produzir ouro no prazo estimado. Em novembro, quando a Colossus anunciou que precisaria de mais dinheiro e que a produção seria adiada, a desconfiança do mercado se intensificou. Em seguida, veio o pedido de insolvência e um acordo de reestruturação que levou os credores a assumirem o comando da empresa.
A Coomigasp, cooperativa de ex-garimpeiros de Serra Pelada, entrou com processo na Justiça do Pará, em novembro do ano passado, para mudar o contrato. Em vez de ter direito a 25% da produção, contra 75% da Colossus, a cooperativa quer ficar com 49% e deixar 51% com os canadenses. A Coomigasp é sócia da Colossus na Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa criada para o empreendimento.
“Com a Coomigasp questionando o contrato de parceria nenhum investidor virá para a mesa de negociação sabendo que existem incertezas relacionadas ao risco de atrasos prolongados e ao risco de seus investimentos sofrerem alterações significativas”, disse Frostiak.
O projeto de decreto legislativo 1407/2013, que pede a anulação da portaria do Ministério das Minas e Energia, que concedeu à Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral o direito de lavrar ouro, paládio e platina, também está na Comissão de Constituição e Justiça. O texto foi aprovado por unanimidade em abril pela Comissão de Minas e Energia.
“Enquanto o contrato de parceria estiver sendo questionado pela Coomigasp e o interventor [que gere atualmente a cooperativa] e deputados insistirem no cancelamento da licença nada irá progredir. Há o risco do projeto nunca ser desenvolvido”, disse Frostiak.
Segundo o jornal Valor Econômico, a Colossus deixou de pagar as contas de energia elétrica para a Celpa, a companhia de energia do Pará. O débito estaria em cerca de R$ 700 mil. A Celpa ameaça cortar a energia se a conta não for paga até o fim do mês.
“Os esforços da companhia de obter financiamento ou de encontrar comprador para o ativo, o que resolveria a situação de Serra Pelada e essa questão particular [da dívida com a Celpa], estão sendo prejudicados pelos desafios relacionados à propriedade [aos percentuais da sociedade] e pelo projeto dos deputados”, afirmou Frostiak.
Com informações do jornal Valor Econômico.
1 comentário em ““Serra Pelada pode nunca entrar em operação”, diz presidente do Conselho de Administração da Colossus”
Como diziam na serra antigamente “só brefo” .
SANDSTORM (substituta da colossos) AO PÉ DA LETRA QUER DIZER TEMPESTADE DE AREIA !!!
ENTÃO JA ENTOU AREIA!!!