Sem recomposição salarial para este ano, servidores e técnicos das universidades e institutos federais estão em greve em todo o país. E em Marabá não é diferente. Primeiro foram os técnicos das universidades, depois, os professores e técnicos dos institutos e por último os professores das universidades. O movimento começou há 80 dias, deixando cerca de 8 mil estudantes sem aula no sudeste do Pará. De lá para cá, vários protestos ocorreram para chamar a atenção da opinião pública e do governo federal. Nesta sexta-feira (7), um ato unificado parou o trânsito na Nova Marabá, em frente à Unidade 1 da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
A categoria, que ficou sem reajuste durante os quatro anos da gestão de Jair Bolsonaro (PL), chegou a ter um reajuste de 9,5% ano passado, já no governo Lula. No entanto, já foi anunciado que só haverá recomposição ano que vem e é isso que os trabalhadores não aceitam. Na próxima terça-feira (11), haverá uma mesa de negociação, quando os servidores apresentarão sua contraproposta, mas o impasse maior ainda está na recomposição deste ano, que o governo federal insiste em manter em 0%.
O que foi concedido até o momento foi uma recomposição de auxílios alimentação, creche e plano de saúde. Mas a categoria entende que isso não atende os anseios, porque o reajuste não incide no salário base, logo, não contempla os inativos e não entrará no cálculo da aposentadoria, conforme explicou Bárbara Hanke, técnica em Assuntos Educacionais da Unifesspa.
Já o professor Israel Peixoto, do Instituto Federal do Pará (IFPA), critica o governo por esquecer que a valorização salarial representa investimento na educação. “Você não vai ter um bom professor, se ele ganha mal. Esse bom profissional não vai querer ser um professor; ele vai pra outra área. Então a questão salarial é o início de qualquer melhoria na qualidade de ensino,” argumenta.