A disputa eleitoral e a ausência de representantes do Poder Executivo Municipal na solenidade foram os assuntos que pautaram os discursos dos vereadores na sessão solene de reabertura dos trabalhos legislativos da Câmara Municipal nesta segunda-feira (1º). O retorno às atividades ocorreu após o recesso no mês de julho, estabelecido pelo Regimento Interno da Casa.
Por se tratar de sessão solene, não havia matérias a serem discutidas e votadas, somente o uso da tribuna. O primeiro a falar foi o vereador José Pavão (PSDB). “Estamos iniciando o último semestre desta legislatura e eu espero que Deus nós dê coragem para fazer nosso trabalho, assim como nos propomos no dia do juramento de posse. Este será um semestre atípico, pois daqui a 15 dias começam as eleições. Desejo que a população possa escolher os melhores e quem vencer faça o melhor trabalho em prol de Parauapebas”.
Ausência do Executivo
Euzébio Rodrigues (PT) questionou a ausência de representantes do Poder Executivo Municipal na sessão solene. “Nossa expectativa está voltada para o Executivo, pois é ele quem dá o tom para a gente. Esperava que tivéssemos o Executivo para que ele indicasse se vai complementar a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], para apontar a linha de discussão da LOA [Lei Orçamentária Anual], que será votada para o ano que vem, mas, como não há, ficamos sem saber”.
Eliene Soares (PMDB) fez um balanço da sua atuação como vereadora e também criticou a ausência do prefeito Valmir Mariano e secretários municipais. “Eu lutei; não só fiscalizei. Por isso posso dizer para vocês que fiscalizei de forma rigorosa. Desde o início eu disse que seria oposição ao que fosse errado. Não seria do time do quanto pior, melhor. Em todos os projetos que eram para o bem do povo fui a favor, mas o que era ruim eu fui contra. Esta Casa é importantíssima, pois votamos as leis e os orçamentos do município. O prefeito mostra o descaso por não comparecer. Era para ele estar aqui com os secretários. É por falta de diálogo que Parauapebas está vivendo seus piores dias”.
Na avaliação de Charles Borges (Pros), a ausência do prefeito foi um desrespeito com a Câmara e com a população. “O Executivo deveria estar aqui para que pudesse falar e apresentar o que pretende fazer nesta reta final do governo”. O vereador também fez um balanço de seu trabalho, informando que apresentou 23 projetos de lei e que nove já estão em execução. “Esse é o papel do vereador, fiscalizar e legislar. Temos 152 dias para votar o máximo de projetos possíveis. Vou fazer o máximo para que mais projetos sejam aprovados. Aprovamos a LDO e agora vem a LOA, que vamos discuti-la para que possamos ser uteis à sociedade”.
No mesmo tom, o vereador Antônio Massud (PTB) continuou criticando a ausência do prefeito, afirmando que “isso demonstra que ele não tem nenhum compromisso e tenta passar um rolo compressor nesta Casa”. O parlamentar ainda apresentou um levantamento com notícias criticando a administração de Valmir Mariano. “É o cúmulo o que vem acontecendo com nosso município. Onde a gente passa as pessoas não querem mais esse governo”.
Por sua vez, Lidemir Alves (PR) falou dos problemas da zona rural, que tem acompanhado de perto, para onde já pediu melhorias e não foi atendido. O vereador analisou como positiva sua atuação, desde que tomou posse. “Sou o vereador mais novo desta Casa. Cheguei com um perfil que não mudou, de seriedade e honestidade. Tenho consciência das minhas obrigações e sei que ainda há muitas coisas para serem feitas. O voto é a única opção que temos para melhorar”.
Lado positivo
Já a vereadora Joelma Leite (PSD) ressaltou que é preciso estar aberto para enxergar também o lado positivo das ações do governo, pois a maior parte das pessoas só enxerga o lado ruim. A vereadora destacou ainda que agosto será um mês decisivo para a cidade, devido às convenções dos partidos e a audiência que tratará da situação dos vereadores afastados. “Espero que Parauapebas escolha bem o caminho que quer seguir, que tenha sabedoria para desfrutar positivamente no futuro. Quero desejar um semestre bem produtivo a todos, muita sorte, muito trabalho e que possamos fazer um jogo justo”.
Para Zacarias Marques (PSDB), num período de três anos e meio, “nunca um prefeito fez tanto por uma cidade”. O vereador enumerou obras da gestão atual e concluiu que a cidade melhorou. Segundo ele, a situação pela qual passa o município é em decorrência da crise econômica nacional, agravada pelas características atípicas de Parauapebas. “Sabemos que ainda tem que melhorar. Mas precisamos ter mais respeito com as pessoas e com a coisa pública. Não vamos nos enganar com teimosos que querem mostrar uma realidade mentirosa. Seguirei trabalhando por uma Parauapebas melhor”.
Por sua vez, Marcelo Parcerinho (PSC) declarou que, apesar de muitos o chamarem de suplente, ele se considera titular. O vereador destacou que depois que ingressou no Legislativo, juntamente com outros vereadores, em substituição aos parlamentares afastados, houve um “boom” de ações em prol do desenvolvimento do município. “A Câmara devolveu R$ 4 milhões e aprovamos vários projetos que melhoraram a vida da população. Tive a sorte de conversar com o prefeito e a conversa dele foi de que precisávamos trabalhar. Depois disso, foram inauguradas várias obras”.
Falta de união
Ao fazer uso da tribuna, o vereador Israel Miquinha (PT) também falou da ausência do prefeito. “Hoje todos nós gostaríamos de estar falando com o prefeito sobre o que está programado”. Entretanto, o discurso do vereador foi focado na falta de união entre os parlamentares.
“Enquanto não nos respeitarmos, não adianta nenhum querer dar lição de moral. O voto de um não é o mesmo do outro. Eu não aceito que nenhum vereador venha me dar lição de moral. Aceito da população, de quem votou em mim. A sessão solene é para falar do nosso trabalho, do que está previsto até o dia 31 de dezembro. Cada um faz o que acha que deve. Às vezes um defende o governo e o outro bate. Isso é natural. Mas temos que nos respeitar. Na política não existe salvador da pátria. Existe equipe que pode fazer o melhor trabalho”.
O presidente da Câmara, Ivanaldo Braz (PSDB), também avaliou como negativo os discursos com tom politiqueiro. “Todo mundo vem pra cá com vontade de acertar, mas a cidade é atípica, é difícil. Todo prefeito chega dizendo que é o melhor. Essas brigas pequenas não levam a lugar nenhum. Temos que olhar para o futuro. Espero que a população coloque o melhor, tanto nesta Casa quanto no Executivo”.
Texto: Nayara Cristina / Revisão: Waldyr Silva
3 comentários em “Sessão de reabertura dos trabalhos legislativos em Parauapebas é marcada por debates sobre as eleições”
Quanto a observação em relação ao LDO e LOA, ok, concordo, porém, a casa é independente do executivo e assim deve ser, a presença ou não do prefeito e/ou secretários creio que não sirva para ocupar tanto tempo na tribuna. Vejamos bem, muita coisa há que se fazer e o problema dessa Casa é o excesso de mãos que na grande maioria não querem ajudar. Um município como o nosso possui necessidades básicas, que nossos ilustres vereadores se unam e foquem nas prioridades,apenas isso. Que deixem suas estrelas e brasões de lado, a população agradece e merece esse tratamento. Ou será que Quase 12 mil reais não tá pagando algumas horas semanais de trabalho sério?
Os caras ficam reclamando a ausência do Velhote, vão trabalhar… Façam como ele, que dorme tarde e acorda cedo é por isso que ele vai ser reeleito…
A volta ao trabalho do poder legislativo municipal, existem alguns fatos curiosos na politica de Parauapebas, a grande maioria dos nossos vereadores, migraram de partidos para defenderem seus interesses, com que moral eles para cobrarem a efetividade do executivo.