Antigos astrônomos da América Central, os Maias, profetizaram em 3.113 a.C. que 5.125 anos no futuro, exatamente no ano de 2012 d.C o sol receberia um intenso raio sincronizado vindo do centro da galáxia, mudando sua polaridade e produzindo uma enorme radiação.
A profecia Maia, passa por sete estágios, o primeiro deles orientávamos que teríamos apenas 13 anos para realizar mudanças e ações conscientes para desviar do caminho da destruição, de 1999 a 2012. Coincidentemente ou não, nesses 13 anos a população mundial chegou a sete bilhões. Historicamente falando, a população na Terra cresceu incondicionalmente em pouco tempo e sem as ações preservativas. Pode não ser na data prevista pelos Maias, mas se o processo de civilização e vivência não se transformar rapidamente, o impacto será muito em breve.
Nossa aldeia global, é atualmente, um mundo de medo, consumo e materialismo exacerbado. As crises só aumentam, são crises econômicas, políticas e ambientais, e no emaranhado de conflitos, a solução parece cada vez mais utópica.
Estamos vivenciando o quarto regime de mudança no sistema financeiro global, estimulado pela perda total de confiança no modelo anglo-americano das transações orientadas do capitalismo e da economia que o legitima. Com a citação de Albert Einstein, “Não podemos resolver problemas usando o mesmo tipo de pensamento que usamos quando os criamos.”, as esquerdas comprovam a previsão na tese de Marx, que de o capitalismo é inviável e destrutivo.
Já as direitas, reafirmam o ideal neoliberalista de que as oportunidades podem ser alcançadas por todos e acreditam no crescimento econômico de países emergentes para recuperar o sistema de capital. Criam uma ilusão de igualdade, como se a crise fosse a oportunidade de crescimento esperado pelos que, até então, viviam as margens das nações imperialistas.
A era da tecnologia, o ápice do desenvolvimento tecnológico, ainda se apresenta de forma desigual e injusta. Essa concentração populacional é historicamente inigualável na questão do poder econômico, consequentemente da exploração devastadora de recursos humanos e naturais. Segundo dados publicados pela ONU este ano, 20% da população mundial consomem 80% dos recursos naturais disponíveis na Terra. Se os 80% da demografia excedente fossem “retirados” do mundo a estrutura do ecossistema seria aniquilada pelo consumo e desperdício excessivo do sistema capitalista. Além disso, a ONU divulgou esse ano também, os dados: cerca de 1,1 bilhão de pessoas sobrevivem com menos de US$1 por dia, 2,8 bilhões subsistem com menos de US$2 por dia e 1 bilhão de crianças no mundo são vítimas da pobreza e insegurança alimentar.
Os colapsos climáticos e escassez de recursos naturais são drásticos, por exemplo, o inevitável término do petróleo pelo esgotamento gradual do recurso. A consequência será a apropriação de outros recursos e alternativas, mas dificilmente sem conflitos, possivelmente até uma guerra. Aliás, esse será mais um, dentre todos os problemas presentes no Oriente Médio, que vive crise políticas e ideológicas há anos. Nos mais recentes, as manifestações pela queda de regimes ditatoriais geraram intervenção de vários países, inclusive, mais uma vez, os EUA, que supostamente auxiliam em conflitos armados, só que sempre visando o interesse de seu país sobre o auxiliado.
É óbvio que com situações desesperadoras os indignados se manifestem. O movimento chamado “Ocupa Wall Street”, um acampamento de insatisfeitos com as providências do governo norte-americano com a crise começou em Wall Street e já conquistou vários adeptos em cidades do mundo. O Oriente Médio está tomando por manifestações pedindo por democracia e paz. O movimento contra corrupção no Brasil cresce cada vez mais em seus protestos. No Chile, estudantes enchem as ruas exigindo educação gratuita e de qualidade.
Essas manifestações sociais são cruciais para mudar nossa visão de mundo, reeducar uma cultura, enfatizando a necessidade de cooperação social, que respeita a sustentabilidade ecológica, que evite consumismo e desperdício exagerado, assim como usar corretamente as tecnológicas criadas e que essas sejam voltadas a busca de uma consciência igualitária.
As mudanças, só serão vistas como imediatas pelos governantes e classes dominantes, quando o povo se conscientizar de seu direito de exigência. Mas, principalmente para que os sete bilhões de pessoas tornem o ilusório em realidade. Se os Maias estiverem corretos, temos exatamente um ano para isso e mesmo que não estejam o tempo é curto.
Por Nicole Prestes – estudante de Jornalismo, no 4º semestre da Universidade Paulista
1 comentário em “Sete bilhões de chances para sobrevivermos”
Que belo texto Zé, parabéns. Fico demasiadamente feliz quando vejo que cursos de jornalismo se identifica muito com a geografia e que existem pessoas que pensam dessa forma. O que esse rapaz escreveu tem a essencia do que estudiosos mencionavam a séculos passados. E umd esses estudiosos afirma que teremos a crise alimentar, ambiental entre outras. De acordo com com alguns geográfos franceses chegará uma época em que não se terá lugar para produzir alimentos para tanta população. E uma crise ambiental tb está prevista, causando 100 x mais cancer na humanidade, sem água potável e assim vai. É triste e desacreditável que isso irá acontecer. Mais a natureza é limitada e ela responde ao tratamento quer recebe.