Setembro Verde conscientiza sobre a importância da doação de órgãos

Brasil possui o maior programa público de transplante do mundo, mas número de doadores ainda deixa a desejar

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Promovida neste mês, a campanha Setembro Verde foi criada visando a conscientização e incentivo para a doação de órgãos. Nesta sexta-feira, dia 27 de setembro, celebra-se o Dia Nacional de Doação de Órgãos. A data foi instituída pelo Congresso Nacional em 2007, por meio da Lei nº 11.584, com o intuito de ampliar o debate sobre a doação e o transplante de órgãos e tecidos no Brasil, por meio da conscientização sobre o assunto.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, com 88% deles sendo realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem custos para o paciente. No entanto, o país ainda enfrenta desafios para encontrar doadores, apesar do grande volume de transplantes realizados, estando apenas em 26º lugar no ranking mundial de doadores. 

No ano passado, o Brasil alcançou seu maior número de transplantes nos últimos dez anos: 6.766, entre janeiro e setembro; 711 a mais que no mesmo período em 2022. O número de doadores também aumentou em 17% a mais de um ano para o outro.

Para ampliar ainda mais esses números, foram criadas campanhas como o Setembro Verde, Diga Sim!, da Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) e políticas públicas como a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos, que passou a valer em fevereiro deste ano.

“Entre [os órgãos que podem ser doados], temos rins, coração, fígado, pulmões, pâncreas, córnea e, até mesmo, medula óssea. Um simples doador pode mudar a vida de muitas pessoas,” resume a Dra. PriscilLa Sampaio, médica nefrologista da Clínica de Nefrologia de Parauapebas (CNP), a primeira voltada para essa especialidade no município. De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, o rim é o órgão mais transplantado, representando 66,72% dos procedimentos realizados em 2023.

Em Parauapebas, José Filho foi diagnosticado com doença renal crônica e fazia diálise, tratamento que substitui parcialmente a função dos rins, há dois anos e meio na clínica. Ele conta que, no dia 12 de maio deste ano, recebeu a boa notícia da equipe médica, e, já no dia seguinte, realizou o transplante que mudou sua vida.

“Graças a Deus, hoje estou bem, com a vida melhor do que antes. E tenho que agradecer a cada um que nos deu esse apoio: a clínica, a família – a minha família, a família do doador. Que Deus possa abençoar cada dia mais a vida de cada um,” relata.